Eros e Psiquê: O Amor que Vê no Escuro

"A força deste arquétipo no Tarô Mitológico e na vida cotidiana"

Entre todos os mitos que atravessam o Tarô Mitológico, poucos são tão delicados, profundos e próximos da nossa experiência humana quanto a história de Eros e Psiquê. Um mito que fala de amor, sim — mas, acima de tudo, fala sobre confiança, desejo, vulnerabilidade e o processo muitas vezes doloroso de amadurecer emocionalmente.

INTUIÇAO (2002) 50X60 Óleo s/ tela Artista: Juliana Natal Acervo: Juliana Natal

Na carta Os Amantes do Tarô Mitológico, esse casal aparece como símbolo do amor que nasce da alma. Porém, como todo arquétipo verdadeiro, seu significado ultrapassa a imagem e alcança o campo íntimo do cotidiano: nossas escolhas, nossos relacionamentos, nosso medo de perder e nossa necessidade (muitas vezes desesperada) de controle.

As profundas camadas do mito:  Psiquê, humana de beleza rara, desperta ciúmes em Afrodite. Para castigá-la, a deusa envia seu filho, Eros, para fazê-la se apaixonar por alguém indigno. Mas o imprevisível acontece: Eros se apaixona por ela.

Ele a leva para um palácio encantado, onde a visita todas as noites — sempre no escuro. Psiquê conhece o amor, a doçura, a presença. Mas não conhece o rosto do amado. O amor cresce. O medo, também. Instigada pela dúvida, Psiquê acende uma lamparina para vê-lo — e, nesse gesto, rompe o pacto que sustentava a relação. Eros se afasta. Psiquê desaba. E, então, começa a parte mais simbólica do mito: seu processo de provação, crescimento e reconstrução de si.

Ela enfrenta tarefas impossíveis impostas por Afrodite — tarefas que representam, metaforicamente, aquilo que todos nós enfrentamos quando precisamos amadurecer para amar de forma mais consciente. No fim, Psiquê renasce. Eros retorna. Não como fuga ou fantasia — mas como amor que atravessou a prova da verdade.

O arquétipo na realidade reflete:  Quando acendemos a lamparina?

A história de Eros e Psiquê é, antes de tudo, um espelho. Quem nunca acendeu uma luz onde deveria confiar no invisível? Quem nunca buscou garantias, certezas e respostas imediatas no campo do afeto? Quem nunca tentou controlar o que só pode florescer no tempo certo?

No Tarô Mitológico reflete a dinâmica do desejo e da alma, quando o arquétipo aparece na leitura — e especialmente quando surge na forma dos Amantes — ele não fala apenas de romance. Ele fala de escolhas essenciais, de integração do desejo com a consciência, de amadurecimento emocional, de testes de confiança, e da pergunta que sempre ecoa neste mito: Você está pronta para amar o outro. sem perder a si mesma?

O mito nos lembra que: O amor genuíno pede coragem, a alma pede verdade, o desejo pede presença. E, toda relação pede maturidade — não aquela que sufoca, mas a que expande.

Eros e Psiquê atuam em pequenas e grandes situações da vida: Quando desconfiamos demais do que sentimos. Quando queremos respostas imediatas. Quando buscamos controlar o amor por insegurança. Quando somos chamados a crescer para sustentar uma relação. Quando precisamos equilibrar desejo e intimidade. Quando percebemos que amar também é confiar na parte invisível.

E sua grande lição “ o amor só se sustenta quando a alma amadurece para guardá-lo”. Há histórias que não pertencem ao tempo. Pertencem à alma.

Entre os mitos que habitam o Tarô Mitológico, nenhum respira tão perto do coração humano quanto Eros e Psiquê — um encontro que nasce no escuro, cresce no mistério e só floresce quando a alma aprende a enxergar com os olhos fechados.

Psiquê ao iluminar o rosto do amado, apaga a própria paz. E começa o movimento mais importante do mito: o de se reconstruir para amar de verdade. Cada prova que ela enfrenta não é castigo, é lapidação. É a alma aprendendo a sustentar aquilo que deseja. E no fim — sempre no fim — os dois se reencontram. Não como sombra e busca, mas como dois seres que finalmente aprenderam a olhar um ao outro com a mesma luz.

Quando acendemos luzes demais por medo do escuro — e esquecemos que alguns amores só florescem na penumbra da confiança. Quando o amor cria desafios que não são obstáculos, mas portais, percebemos que amar é, antes de tudo, transformar-se. Quando o desejo encontra a alma não basta atrair o outro, é preciso reconhecê-lo. E quando não basta amar, é preciso se permitir ser amado.

A presença do arquétipo no dia a dia sussurra em nossos gestos mais discretos: quando desconfiamos do amor sem motivo e buscamos garantias no invisível.  Quando a vida pede coragem para sustentar o que desejamos e a relação nos convida a amadurecer em silêncio. Eles aparecem sempre que o amor pede mais do que emoção: pede consciência. pede entrega. pede tempo.

No Tarô Mitológico quando Eros e Psiquê surgem numa leitura, eles trazem um chamado:  Você deseja amar… ou apenas ser amado? Você quer controlar… ou confiar? Você está pronto para crescer junto — ou ainda precisa crescer sozinho?

Porque este arquétipo não fala apenas de romance. Fala da aliança entre desejo e alma, luz e sombra, impulso e consciência. Fala da poesia silenciosa que existe no ato de escolher alguém — e de se escolher junto. E, talvez, esta seja sua dança mais bonita: Só há amor verdadeiro quando a alma aprende a ver o outro mesmo antes da luz!

Tiragem quinzenal — Tarô Mitológico

Cartas do Tarô Mitológico

Tiragem:25/11/2025

Taróloga: Juliana Natal

ATITUDE — Os Namorados (Eros & Psiquê) A atitude da semana é um chamado para escolher com o coração consciente. Os Namorados, no Tarô Mitológico, são Eros e Psiquê — o amor que nasce no invisível, que desafia o medo e que pede maturidade antes de florescer. A atitude pedida para a quinzena é: Escolher com autenticidade. Honrar a verdade do coração. Alinhar desejo e alma. Não agir por impulso, nem por medo. Permitir que a intuição guie mais do que a ansiedade É um período para unir razão + alma, desejo + consciência, caminho + propósito.

FUTURO — 9 de Copas (O Cálice da Plenitude)O 9 de Copas é a promessa doce do período: o contentamento emocional, a satisfação, o prazer tranquilo, a alegria que não precisa fazer barulho para existir. No Tarô Mitológico, essa carta é o momento em que o coração repousa em si mesmo. Ela anuncia: Um desejo emocional sendo atendido. Um período de paz interna. Harmonia com o próprio sentir. Uma vitória afetiva. Um momento de celebrar o que já existe. É um futuro próximo que traz alegria suave e verdadeira, aquela sensação de “finalmente algo está se encaixando”.

BLOQUEIO — 10 de Paus (O peso que já não é seu)O 10 de Paus mostra aquilo que pesa, que pressiona, que suga energia — muitas vezes tarefas, responsabilidades ou cobranças que você abraçou sozinha, sem perceber. O bloqueio deste período é:  Carregar mais do que deveria. Sentir-se sobrecarregado. Assumir responsabilidades que não são suas. Exigir de si mais do que o possível. Tentar controlar tudo

A mensagem é clara: Você não precisa sustentar o mundo nas costas. Soltar também é uma escolha. O arquétipo aqui é de descompressão emocional: largar o que exaure para poder abraçar o que vibra.

PERSPECTIVA PRÓXIMA — Pajem de Copas (O Mensageiro do Coração)A próxima quinzena traz frescor emocional, leveza e início de um novo ciclo afetivo ou sensível. O Pajem de Copas é: a primeira batida de um novo sentimento, a chegada de uma mensagem emocional, um convite para a sensibilidade, uma abertura intuitiva, o retorno da criatividade, o renascimento da delicadeza. Ele anuncia: um sinal de amor, um gesto gentil, uma inspiração nova, uma conversa que toca, uma conexão que desperta, um afeto que se renova. É a alma dizendo: “Agora que você soltou o peso, posso te entregar o novo.”

Síntese: Os Namorados pedem uma escolha consciente. O 9 de Copas confirma que essa escolha trará alegria. O 10 de Paus revela o que precisa ser abandonado. O Pajem de Copas abre um novo ciclo emocional, mais leve e intuitivo. Escolha com verdade. Solte o que pesa. Acolha o que chega. O coração está prestes a florescer.

Por Juliana Natal

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