Destacamos essa informação curiosa e importante sobre a relação do beijo e a saúde bucal. A Dra. Camila Borges Fernandes, periodontista e professora na Universidade do Vale Paraibano (UniVap), destaca que o contato íntimo da saliva pode ser um canal de transmissão de microrganismos.
Por isso, manter uma boa higiene bucal é fundamental para garantir sorrisos saudáveis e seguros. Conseguimos entrevistar a doutora Camila e saber mais sobre essa relação do beijo que se destaca entre um dos principais cumprimentos entre as pessoas.
Acompanhe a entrevista abaixo:
Jornal Sul – Beijar faz parte da vida da gente desde pequeno. Por que só agora podemos considerar um risco?
Dra. Camila: Felizmente o beijo faz parte da vida, mas o risco também existe desde sempre. A pandemia de COVID 19 é um grande exemplo de como a saliva é um forte meio transmissor de doenças infecciosas.
Jornal Sul-Esse risco é desde pequeno ou quano estamos mais adultos?
Dra. Camila: Boa pergunta! Esse risco acontece principalmente desde pequenos, pois as crianças ainda não têm a sua flora bucal madura e estabelecida, sendo assim mais facilmente colonizada por microrganismos externos. Por isso também é tão importante que os pais não beijem na boca dos seus bebês e nem soprem a sua papinha, pois as gotículas de saliva vão carregadas de microrganismos.
Jornal Sul – A Higiene que estamos falando aqui é geral ou alguma específica que demonstre grande proteção?
Dra. Camila: Atualmente, o protocolo GBT (guided biofilm therapy) destaca-se por sua excelência em profilaxia odontológica. Sendo realizada em consultório, visa eliminar o biofilme bacteriano, deixando a superfície dos dentes lisas e polidas, o que facilita a manutenção da higiene realizada em casa pelo próprio paciente.
Jornal Sul-Será que todos precisam dessa higiene?
Dra. Camila: Sim, essa higiene / profilaxia odontológica é para todos. O que pode variar é a periodicidade em que ela deve ser realizada. O dentista estabelecerá o intervalo de tempo adequado para o retorno de cada paciente.
Jornal Sul-Você poderia dar um exemplo mais específico para nós de que a saliva através desse contato pode trazer algum risco?
Dra. Camila: Um exemplo mais específico é o risco de transmissão de doenças como a mononucleose infecciosa, também conhecida como “doença do beijo”, que pode ser transmitida através do contato com a saliva de uma pessoa infectada. Além disso, a saliva pode transmitir vírus como o herpes simples, que causa feridas na boca, ou até mesmo bactérias que podem levar a infecções. Então, sempre que há contato com a saliva de alguém infectado, há uma possibilidade de transmissão dessas doenças.
Jornal Sul-Todos carregamos esse risco no momento em que temos esse contato?
Dra. Camila: Excelente pergunta! As pessoas com uma melhor imunidade estão mais protegidas e mais resistentes às doenças, ou seja, apresentam menor risco de desenvolver enfermidades. Uma melhor imunidade envolve hábitos saudáveis como boa alimentação, sono de qualidade, atividade física regular, gerenciamento do stress, evitar o consumo de substâncias de risco (como álcool e tabaco), bons relacionamentos, por exemplo. É importante que a saúde bucal seja vista como parte da saúde geral do ser humano.
Jornal Sul -Deixe-nos uma mensagem!
Dra. Camila: Sinto-me honrada em poder informar e esclarecer a respeito da saúde bucal. Fiquei muito feliz com o fato de o texto ter gerado engajamento e perguntas sobre esse assunto tão importante.
Coloco-me à disposição para mais dúvidas. Gratidão pela oportunidade.
Fonte do contato para o Portal Jornal Sul:
Sandra Santos