Que notícia boa!
Uma vacina experimental contra o câncer de mama agressivo mostrou resultados surpreendentes em um estudo realizado pela Universidade de Washington, nos Estados Unidos. O melhor de tudo? Sem efeitos colaterais!
O ensaio clínico revelou que a terapia tem uma taxa de sobrevivência de 88% entre os pacientes, três anos após o tratamento. Ela prolongou a vida de 77% das pessoas que participaram do estudo. A vacina é baseada em uma tecnologia de DNA neoantígeno, que identifica e combate mutações únicas nos tumores dos doentes.
“Estamos esperançosos de que seremos capazes de trazer mais e mais desse tipo de tecnologia de vacina para nossos pacientes e ajudar a melhorar os resultados do tratamento em pacientes com cânceres agressivos”, disse William E. Gillanders, professor de cirurgia da Medicina na instituição.
Livres do câncer
14, dos 18 pacientes que participaram do estudo – 77 por cento – apresentaram respostas imunes depois da vacina. Após três anos, 16 pacientes permaneceram livres do câncer. Embora o teste seja inicial, isso representa um avanço enorme, disseram os pesquisadores.
O resultado impressiona ainda mais por se tratar do câncer de mama triplo-negativo, um dos mais agressivos. Quando comparada a dados históricos de pacientes tratados de maneira convencional, a taxa de sobrevivência do grupo experimental foi muito superior.
“Obviamente, não é uma comparação perfeita, e reconhecemos as limitações desse tipo de análise, mas continuamos a buscar essa estratégia de vacina e temos ensaios clínicos randomizados em andamento que fazem uma comparação direta entre o padrão de tratamento mais uma vacina, versus o padrão de tratamento sozinho. Estamos encorajados pelo que estamos vendo com esses pacientes até agora”, explicou William.
Como funciona
A vacina testada no estudo é adaptada a cada paciente, focando nas mutações específicas no corpo de cada um. Ao todo, são três doses.
Os cientistas analisaram o tecido tomado pelo tumor e o compararam com um saudável, identificando as alterações genéticas.
Essas mutações geram proteínas chamadas antígenos. São eles os responsáveis por desencadear uma resposta imunológica no corpo.
Assim, é possível treinar o sistema para que identifique e ataque apenas as células cancerígenas, preservando os tecidos saudáveis.
Software ajudou
Usando um software que eles mesmos projetaram, os pesquisadores selecionaram os antígenos produzidos pelos tumores dos pacientes.
Com isso, eles conseguiram identificar aqueles que eram mais propensos a desencadear uma boa resposta imunológica.
“Esses são algoritmos complexos, mas, em geral, o software pega uma lista de mutações e as interpreta no contexto de seu potencial para serem bons candidatos a neoantígenos”, comentou Malachi Griffith, professor da Divisão de Oncologia da Universidade de Washington.
Em média, cada vacina tinha 11 neoantígenos, todos específicos para o tumor do paciente.
Futuro promissor
O estudo atual foi apenas o começo de um caminho muito promissor.
A equipe já está conduzindo novos ensaios clínicos para testar ainda mais a eficácia do medicamento.
As vacinas com neoantígenos são uma das principais apostas para lidar com o tratamento do câncer agressivo.
Fonte: Só Notícia Boa