Deu certo! Este menino de 11 anos conseguiu a cura do câncer depois de uma nova droga, bem menos agressiva do que a quimioterapia.
É Blinatumomab, um novo medicamento já aprovado no Reino Unido, que inclusive é mais barato que outros tratamentos.
Arthur D’Hulst tinha leucemia – câncer no sangue. A quimioterapia o deixou muito fraco, provocou efeitos colaterais graves e não curou a doença. A família aceitou, então, participar do estudo no Great Ormond Street Hospital (GOSH), em Londres.
Lá, o menino recebeu o novo medicamento chamado blinatumomab, ou blina, que é uma imunoterapia mais “gentil”, mais direcionada e muito menos tóxica que a quimio. E a notícia boa veio na véspera do ano novo: a doença desapareceu!
“Explosão de energia”
Arthur D’Hulst foi uma das primeiras crianças a participar do estudo e está livre do câncer. Ele contou que a droga lhe deu uma “explosão de energia”
“A quimioterapia era muito cansativa e me fez sentir como se sempre quisesse dormir e nunca tivesse energia para fazer nada. Mas com a blina eu tive uma explosão de energia. Eu poderia sair”, disse o garoto à Sky News.
Como funciona o novo remédio
A Blina funciona com base em uma proteína, chamada CD19, nas células leucêmicas para que o sistema imunológico da pessoa possa reconhecê-las.
Assim, o sistema imunológico pode então atacar e matar as células leucêmicas.
“O que o anticorpo faz é como um farol. Ele ilumina as células leucêmicas para que o sistema imunológico das crianças possa matar as células leucêmicas, e apenas as células leucêmicas”, explicou o Dr. Sujith Samarasinghe, do GOSH.
Aplicação durante 4 semanas
O medicamento vem em um saco com líquido que é administrado por meio de um tubo de plástico que vai até a veia do paciente.
“Geralmente é administrado 24 horas por dia, durante quatro semanas, seguido de um intervalo de duas semanas sem a infusão. Pode ser administrado em casa usando uma bomba de infusão portátil”, informou o GOSH em seu site.
Tratamento dia e noite
Arthur carregava o tratamento consigo em uma mochila que ele chamava de “mochila blina”, que bombeava a droga para o corpo dele dia e noite.
Embora Arthur tivesse que voltar ao GOSH a cada quatro dias para reabastecer o medicamento, no resto do tempo ele ficava em casa com sua família.
Isso significava que ele podia ter uma vida quase normal e fazer outras coisas – como brincar nos balanços de um parque – enquanto o tratamento acontecia.
A mochila ficou com ele continuamente, inclusive na cama, e ele conseguiu dormir bem, apesar do barulho da bomba.
“Parece o futuro”
A mãe, Sandrine Heutz, comemorou e disse que blina “parece o futuro”.
“Parecia muito eficaz em termos de fazer o trabalho de se livrar do câncer, mas também na maneira como ele foi capaz de conviver com ela”.
No final de abril passado, Arthur fez a última operação para retirar o tubo do braço.
A mãe disse ter sido um grande passo e que ele estava “livre”.
Uso provisório do remédio
Em 2018, a FDA, Food and Drug Administration dos EUA, concedeu aprovação acelerada ao blinatumomab após resultados bem-sucedidos dos testes, embora efeitos colaterais graves não fossem incomuns.
Lá a droga está disponível para tratamento de leucemia linfoblástica aguda de células B.
No Reino Unido, cerca de 450 crianças são diagnosticadas anualmente com o tipo de câncer de Arthur.
Blina não está oficialmente licenciada para uso em crianças como Arthur, mas está sendo usada provisoriamente em 20 hospitais em todo o país, com bons resultados, como o de Arthur.
Com informações da Sky News