1ª vacina brasileira contra chikungunya é aprovada nos Estados Unidos

A primeira vacina brasileira contra a chikungunya foi aprovada pela agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA). O imunizante foi desenvolvido em parceria entre o Instituto Butantan e a empresa de biotecnologia franco-austríaca Valneva.

Com a aprovação, este é o primeiro imunizante autorizado no mundo contra a doença e mostrou ser seguro em 98,9% dos participantes dos testes.

Os pesquisadores comemoraram a conquista que demonstra o potencial da vacina brasileira. O Butantan prepara o pedido de aprovação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no primeiro semestre de 2024.

A vacina está em testes no Brasil

No Brasil, a vacina está em fase de testes em 750 adolescentes de 12 a 17 anos, que vivem em áreas endêmicas com casos recorrentes de chicungunya, nas cidades de São Paulo (SP), São José do Rio Preto (SP), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG), Laranjeiras (SE), Recife (PE), Manaus (AM), Campo Grande (MS) e Boa Vista (RR).

Nos Estados Unidos o imunizante foi aprovado apenas para pessoas com mais de 18 anos.

“É uma ótima notícia para todos. Estamos cada vez mais próximos de oferecer uma vacina contra chikungunya para a população. O Butantan tem muito orgulho de estar participando ativamente no processo de desenvolvimento”, disse o diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás.

Vacina tem reações leves

No ensaio clínico conduzido nos Estados Unidos, uma única dose da vacina da chikungunya foi capaz de produzir anticorpos neutralizantes em 98,9% dos participantes e se mostrou segura.

Alguns dos que testaram a vacina tiveram reações leves, como dor de cabeça, fadiga, dores musculares, dores nas articulações, febre, náusea e sensibilidade no local da injeção. Depois de seis meses da vacinação, a proteção ainda foi mantida.

A chikungunya

É uma doença viral transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus.

Os sintomas são em geral bem semelhantes:

  • Febre acima de 38,5°graus em casos mais graves
  • Dores intensas nas articulações de pés e mãos
  • Dores de cabeça e muscular
  • Manchas vermelhas na pele.

O principal impacto de saúde pública são as sequelas deixadas pela chikungunya – as fortes dores articulares podem se tornar crônicas e durar anos.

“Muitos desses casos ocorrem em pessoas jovens, que não conseguem mais nem trabalhar. Então essa arbovirose acaba tendo consequências não só na saúde, mas na economia”, disse a diretora médica do Butantan, Fernanda Boulos.

Dados internacionais

Pelos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o vírus chikungunya já foi identificado em 110 países na Ásia, África, Europa e nas Américas.

No Brasil, houve um aumento significativo dos casos entre 2021 e 2022. Não há por enquanto tratamento específico para a infecção.

A principal forma de prevenção atualmente é o controle dos vetores, assim como no caso da dengue.

Atenção aos cuidados:

  • Esvaziar e limpar frequentemente recipientes com água parada, como vasos de plantas, baldes, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e descartar adequadamente o lixo.

Com informações do Instituto Butantan

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