Tecnologia amplia qualidade de vida de pacientes renais enquanto aguardam transplante

Diálise peritoneal leva o tratamento renal para dentro de casa e devolve autonomia a pacientes

O rim é o órgão mais demandado no Brasil. Segundo o Registro Brasileiro de Transplantes, publicado pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), em 2024 havia 42.838 pessoas na fila de espera por um transplante de rim, mas apenas 6.320 procedimentos foram realizados no ano. Enquanto a espera pode levar de dois a três anos – ou mais, dependendo da região – milhares de pacientes dependem de terapias renais substitutivas para sobreviver.

Entre essas alternativas, a diálise peritoneal vem ganhando destaque por permitir que o tratamento seja feito em casa, com mais autonomia e qualidade de vida. A insuficiência renal crônica é uma doença silenciosa, muitas vezes causada por hipertensão e diabetes. De acordo com estimativas da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% da população adulta brasileira apresenta algum grau de comprometimento da função renal, mas a maioria só descobre a condição em estágios avançados. Hoje, aproximadamente 170 mil pacientes realizam diálise no país, mas o número real de pessoas que necessitariam do tratamento pode chegar a 800 mil, segundo o Censo de Diálise da SBN.

A diálise peritoneal é diferente da hemodiálise tradicional. Realizada em casa, geralmente durante a noite enquanto o paciente dorme, utiliza a membrana natural do abdômen (peritônio) para filtrar toxinas e excesso de líquidos do corpo.

“A diálise peritoneal oferece mais autonomia ao paciente, que pode trabalhar, estudar e até viajar levando a máquina portátil e recebendo insumos no destino”, explica o nefrologista Dr. Paulo Lins, diretor médico da Vantive. “Além disso, não há aquela ‘ressaca’ pós-diálise comum na hemodiálise, e o risco de infecção grave é menor, já que não há manipulação direta do sangue.”

Outro diferencial é o uso de tecnologia para monitoramento remoto, permitindo que médicos acompanhem a eficácia do tratamento à distância. Apesar das vantagens, apenas cerca de 6% dos pacientes em diálise no Brasil utilizam essa modalidade, segundo dados da SBN. Para o Dr. Paulo, o baixo índice se deve a barreiras como falta de conhecimento, infraestrutura hospitalar e treinamento adequado das equipes hospitalares.

“O transplante continua sendo o objetivo final, mas enquanto o órgão não chega, é possível viver com qualidade. Ampliar o acesso à diálise peritoneal é fundamental para garantir dignidade e tempo aos pacientes”, afirma o especialista. “Também precisamos investir em prevenção e diagnóstico precoce, para que a doença seja identificada antes de chegar a estágios críticos.”

A expansão do uso da diálise peritoneal, aliada à conscientização sobre a doença renal crônica, pode transformar a realidade de milhares de brasileiros que dependem dessas terapias para sobreviver.

Fonte da Informação | Matheus Duarte

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