Na manhã desta quarta-feira, 8 de janeiro de 2025, a Polícia Civil de Imbituba realizou a Operação “Castelo de Barro” para cumprir dois mandados de prisão preventiva, sete mandados de busca e apreensão, além do afastamento de um funcionário público. A operação é resultado de investigações que apuram supostos crimes na execução de licitações envolvendo empresários e servidores da Prefeitura de Imbituba.
O caso
As investigações começaram em outubro de 2024, quando a Polícia Civil detectou movimentações atípicas na aquisição de saibro pelo município. A quantidade adquirida do material foi significativamente superior aos anos anteriores, sem justificativa plausível.
O processo licitatório para a compra do saibro ocorreu em junho de 2024, com a empresa vencedora, sediada em Imaruí, contratada para fornecimento por um ano. Entre julho e outubro de 2024, a quantidade de saibro entregue superou em 100% o total adquirido no ano anterior e em 50% o volume de 2022/2023. Contudo, as apurações apontam que a empresa fornecia, em média, apenas três cargas para cada dez faturadas e pagas pelo município.
Além disso, foi constatado o desvio de cargas de saibro para endereços particulares e empresas em Imbituba, Imaruí e Garopaba, bem como para obras públicas em Imaruí. Outro aspecto suspeito foi a execução quase total do contrato nos três primeiros meses, coincidentes com o período eleitoral.
Medidas judiciais
Diante das evidências, a Polícia Civil solicitou a prisão preventiva dos proprietários da empresa contratada e a realização de buscas nas residências dos envolvidos. O Poder Judiciário, com o aval do Ministério Público, autorizou as medidas e determinou o bloqueio de valores até R$ 1.050.000,00, além do afastamento de um servidor público responsável pela fiscalização e autorização dos pagamentos.
Cumprimento dos mandados
Os dois mandados de prisão foram cumpridos no Centro de Garopaba, onde reside o casal proprietário da empresa investigada. Já as buscas ocorreram em três locais de Imbituba (bairros Centro, Vila Nova Alvorada e Lagoa do Quintino) e dois em Imaruí (Canguiri de Fora), incluindo a sede da empresa e a casa de outro empresário envolvido.
“Castelo de Barro”
O nome da operação faz referência à enorme quantidade de saibro declarada como entregue: 1.840 caminhões, equivalentes a 22.080 metros cúbicos de material. Segundo as investigações, o volume seria suficiente para construir um “castelo de barro”, aludindo ao esquema fraudulento de superfaturamento e desvios.
A Polícia Civil segue investigando o caso para determinar a extensão dos prejuízos e a responsabilidade de todos os envolvidos.
Fonte: HC