‘Love bombing’: conceito de amor exagerado passa a ser visto como crime

Ministério Público inglês explica que suspeitos podem ‘se blindar’ e aconselha promotores sobre como agir nesses casos

A prática conhecida como “love bombing” – quando há demonstrações exageradas de amor – tem sido cada vez mais identificada em relacionamentos e pode fazer parte de investigações criminais. O conceito, que na tradução livre significa “bombardeio de amor”, define um método de manipulação emocional em que o abusador age para ganhar rapidamente a atenção da outra pessoa do relacionamento, por meio de excesso de afeição, causando dependência e sensação de dívida na vítima.

A Crown Prosecution Service (CPS), que seria equivalente ao Ministério Público na Inglaterra e no País de Gales, incluiu a prática em suas diretrizes sobre o que constitui comportamento controlador e coercitivo.

“Durante uma investigação em curso, um suspeito pode então fazer contra-alegações de abuso, argumentar que as suas acções foram em legítima defesa, enganar ativamente a investigação com o seu comportamento e até solicitar ordens de não abuso sexual ou pedir aos tribunais que variem as ordens de restrição para exercer maior controle sobre a vítima”, alerta, por meio de um comunicado.

A agência explica que ao analisarem as provas, os promotores podem ajudar a informar e apoiar os investigadores na construção de um caso robusto. “Estas provas permitirão também uma avaliação precisa do risco, para que possa ser prestado o apoio necessário à vítima”. A CPS ainda pede que, ao tomarem uma decisão sobre uma acusação, os promotores considerem como as ações do infrator impactam o comportamento da vítima.

A promotora-chefe da CPS, Kate Brown, reforça que o impacto do stalking e do comportamento controlador ou coercitivo sobre as vítimas não deve ser subestimado, segundo o artigo publicado no site da própria Instituição.

“Essas ofensas controladoras podem aumentar rapidamente e é por isso que estamos absolutamente comprometidos em processar no limite da lei e sempre buscaremos ordens relevantes para proteger as vítimas”, diz.

Conceito deve ser compreendido por todos
Em muitos casos a vítima, iludida pelo abusador, é a última a saber que está passando por love bombing. Para que o comportamento seja identificado, é necessário que além dos promotores, outras autoridades que fazem parte de uma investigação – da polícia à justiça – entendam como funciona e até onde pode chegar.

A comissária das vítimas de Londres, Clair Waxman, defende a realização de treinamentos sobre o tema. “É fundamental que a orientação seja apoiada por formações atualizadas, tanto para a Polícia como para os Procuradores, para os ajudar a identificar melhor o comportamento dos suspeitos, o risco para as vítimas e garantir que as acusações corretas sejam aplicadas nestes casos complexos”.

VOCê

terra.com.br

Foto: fizkes

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