Histórias da enchente de 1974: a bebê de cinco meses resgatada do quartel

Essa é uma das histórias tocantes da enchente de 1974. Confira:

Esta é uma das histórias marcantes da enchente de 1974, resgatada pelo Portal HC por meio de uma conversa com o pesquisador Dilson Piovesan, que tinha 18 anos quando o Rio Tubarão atingiu o nível máximo. Dilson também é um ex-soldado que atuou salvando vidas naquela semana. Confira o relato:

Era dia 24 de março de 1974, por volta das 19h. A enchente já tomava conta de boa parte da cidade. O comandante Varella e o subcomandante, Capitão Paulo, juntamente com quatro soldados, estavam prestes a abandonar o quartel no bairro Passagem, quando o Sr. Luis Esmeraldino chegou desesperado, pedindo socorro para sua família. “Eles residiam ao lado da Apae, na Passagem”, conta Dilson. Sem hesitação, embarcaram em uma canoa para ajudá-los. O Major Varella designou o Capitão e mais três soldados para realizar o resgate.

O Sr. Luis Esmeraldino, sua esposa Santina de Godoy Esmeraldino (ambos em memória), a bebê Iara, de apenas cinco meses, Gesyane, de 2 anos, Solange, com dez anos, e Suzana, com treze anos (atualmente residindo no Canadá), foram resgatados com dificuldade devido ao transbordamento do rio. Ao chegarem ao quartel, foram forçados a passar a noite ali, improvisando abrigo em cima de mesas na sala do comandante.

“Durante a noite, a menina de cinco meses começou a chorar de fome. O Capitão Paulo perguntou a Dona Santina se ela tinha algo para alimentá-la, e ela mencionou ter leite ninho. O Capitão utilizou água da chuva e um fogareiro do kit de sobrevivência do exército para preparar uma mamadeira, garantindo assim a alimentação da criança”, conta Dilson.

Na manhã seguinte, dia 25 de março, por sorte, um helicóptero estava estacionado no campo do quartel, que quase foi levado pelas águas. Outro helicóptero veio para resgatá-lo, e ao ouvirem o barulho, o Major Varella quebrou o forro e improvisou um sinal de socorro, permitindo que fossem avistados e resgatados, levando-os para a catedral, evitando assim mais dias de angústia.

O pesquisador Dilson Piovesan procurou por essa família, e os filhos confirmaram toda a história. O nível da água chegou a dois metros na frente da porta do quartel, e também em frente à janelas. Os filhos relembram uma conversa que ouviram entre os soldados. “Se esse vidro estourar, nós vamos morrer todos”, disse o militar ao colega, temendo pela própria vida.

 

Desenho: Francisco Natalino (Neo). O desenho ilustra o fato descrito acima.

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