Ex-prefeito de Videira é absolvido de acusação de corrupção na ‘Operação Patrola’

Wilmar Carelli, ex-prefeito de Videira, na região do Meio Oeste de Santa Catarina, foi inocentado das acusações no processo relacionado à Operação Patrola, que foi deflagrada em 2016.

Carelli, que se tornou réu em março de 2018 na Justiça Federal, foi absolvido das imputações de fraude à licitação, superfaturamento de contrato administrativo e corrupção passiva. A decisão judicial foi proferida no final de 2023.

O ex-prefeito foi implicado com base na delação premiada de um empresário acusado de recrutar agentes públicos e políticos de diversas prefeituras catarinenses para manipular licitações de máquinas e equipamentos pesados mediante pagamento de propina. Carelli ocupou o cargo de prefeito de Videira de 2009 a 2012, e a acusação se referia a supostas irregularidades na compra de uma máquina pesada em 2011.

A investigação teve início com o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), mas a denúncia foi apresentada à Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF) devido aos repasses da União envolvidos. As acusações incluíam o recebimento de propina pelo ex-prefeito.

A sentença que absolveu Carelli foi proferida no final de 2023 pela juíza Iracema Longhi, da 1ª Vara Federal de Joaçaba. A magistrada destacou imprecisões nas informações da denúncia e a falta de provas no processo, enfatizando que uma delação isolada não é suficiente para embasar uma condenação. O MPF optou por não recorrer da decisão.

Na sua defesa, Carelli negou veementemente a autoria do crime e alegou a ausência de provas substanciais. Ele afirmou que o município não adquiriu a máquina da empresa do delator e que as acusações eram genéricas e imprecisas. O advogado do ex-prefeito, José Sérgio da Silva Cristóvam, ressaltou que investigações internas, conduzidas a pedido do próprio prefeito, não identificaram qualquer irregularidade.

“Ele é uma figura reconhecida e respeitada, no entanto, sua trajetória política foi prejudicada”, afirmou o advogado.

A defesa não descartou a possibilidade de mover uma ação contra o empresário que fez as acusações falsas.

“Essa questão ainda não está definida, mas também não está descartada”.

O ND Mais buscou contato com o ex-prefeito Wilmar Carelli, mas ele optou por não comentar sobre o caso.

Recapitulando a Operação Patrola

O esquema começou a se desfazer em 2015, quando o Ministério Público de Tangará, com o auxílio do GAECO (Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas), revelou uma estrutura organizada para inflar preços e desviar recursos públicos, destinados aos reparos de máquinas pesadas no município de Tangará, no Oeste catarinense.

Naquela época, ordens judiciais de prisão e busca e apreensão foram executadas, resultando na operação batizada de “Patrola”, que destacava irregularidades nas transações envolvendo a venda de maquinário pesado para órgãos públicos. Devido à complexidade do caso e à expansão do esquema, o GEAC (Grupo Especial Anticorrupção) passou a colaborar com as investigações.

Desenvolvida em três fases, a operação ganhou impulso com a colaboração de alguns envolvidos, que forneceram informações detalhadas sobre o esquema, novos acontecimentos e evidências, facilitando a continuação das investigações.

Após uma extensa apuração, resultou no ajuizamento de 42 ações criminais contra 14 prefeitos em exercício, 29 ex-agentes públicos, incluindo ex-prefeitos e ex-secretários municipais, cinco empresários, sete vendedores, entre outros.

Ao desmantelar o esquema, o Ministério Público não apenas identificou fraudes em licitações, mas também a prática de pagamento de propinas a agentes públicos, variando de R$ 15 mil a R$ 45 mil por máquina.

Os acusados foram denunciados por organização criminosa, corrupção passiva e ativa, além de fraude em licitação em 40 municípios.

40 municípios catarinenses estavam no esquema, veja quais são:

Abdon Batista, Águas de Chapecó, Alto Bela Vista, Caçador, Campo Belo do Sul, Capinzal, Celso Ramos, Cerro Negro, Chapecó, Concórdia, Cordilheira Alta, Coronel Freitas, Coronel Martins, Fraiburgo, Ibiam, Iomerê, Irani, Irineópolis, Itá, Mondaí, Palmitos, Papanduva, Pinheiro Preto, Planalto Alegre, Princesa, Santa Terezinha do Progresso, São Bernardino, São Cristóvão do Sul, São José do Cerrito, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, Serra Alta, Tangará, União do Oeste, Vargem Bonita, Videira, Xavantina, Xaxim e Zortéa.

Ministério Público/OCP News

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