A diversificação das atividades rurais tem se mostrado estratégica para fortalecer a vitivinicultura e o enoturismo no interior paulista, ampliando a renda e valorizando o produtor. O 8º Encontro Enoconexão, realizado na última semana em Louveira (SP), reuniu produtores, especialistas, proprietários de vinícolas e representantes setoriais para debater os rumos do setor.
De acordo com o engenheiro agrônomo chileno Pedro Izquierdo, abrir as propriedades à visitação agrega valor à produção e transforma o cultivo em uma experiência enoturística. Ele ressaltou que a proximidade de grandes centros urbanos é uma vantagem competitiva da região. “Desta forma transformam o cultivo em uma experiência enoturística que une cultura, gastronomia e natureza”, pontuou.
Casos como o Villagio Michelin, em Jundiaí, ilustram essa tendência. A família Michelin reduziu o cultivo de uva e investiu em frutas variadas e no sistema de colha e pague, além de criar experiências como café da manhã caipira e eventos. Hoje, recebem centenas de visitantes por fim de semana. O Sítio Fragole, também em Jundiaí, seguiu caminho semelhante: diversificou a produção, suspendeu a venda tradicional e passou a oferecer colheita direta e café rural, atraindo até 500 visitantes nos fins de semana.
“Em outros países como o México, essa estratégia deu certo, lá pequenas propriedades não vivem da venda de vinho ou de frutas e sim do turismo rural. Pois, além de ampliar a renda, fortalecem a marca local, estimulam o consumo direto e criam novas oportunidades de negócios, valorizando o território e a identidade do produtor”, destacou.
Com palestras técnicas, debates e a participação de 23 vinícolas, o evento reforçou o potencial da vitivinicultura paulista e o papel estratégico do enoturismo na valorização do produtor rural. A próxima edição do Enoconexão será em 2027, quando o evento passa a ser bianual.
Agrolink – Leonardo Gottems