Segundo os cientistas, entender como os animais vivem e se adaptam à ameaças naturais como esta pode ajudar a trazer soluções para a saúde humana.
Publicada na revista Science, a pesquisa da University College London (UCL), do Reino Unido, identificou que as adaptações estão relacionadas a genes específicos GYPA e o HBB, que ajudam os chimpanzés a viver em habitats de florestas e savanas.
“As semelhanças genéticas próximas entre os grandes símios resultaram em doenças transmitidas dos símios para os humanos, como a malária e o HIV/AIDS, então estudar chimpanzés selvagens é extremamente útil para entender essas e outras doenças infecciosas compartilhadas em humanos, e pode ajudar a desenvolver novos tratamentos e vacinas”, disse Harrison Ostridge, do Instituto de Genética da UCL.
Adaptações genéticas
O grupo analisou amostras fecais de 388 chimpanzés selvagens, representando 30 populações diferentes da espécie.
Os genes relacionados à resistência à malária, como GYPA e o HBB, permitem que os bichos vivam em florestas, onde os patógenos da doença são mais comuns.
A ideia dos cientistas agora é levar essa “proteção” aos seres humanos.
Impacto ambiental
A diversidade genética é muito importante para a sobrevivência dos chimpanzés diante de ameaças como mudanças climáticas e até mesmo pressões humanas.
Para Aida Andrés, autora principal do artigo, os grupos vivos são encontrados em paisagens muito diferentes. “Isso os torna bastante únicos, porque, exceto os humanos, todos os outros macacos vivem exclusivamente em florestas”, explicou.
Logo, segundo ela, “mostramos que, além de adquirir adaptações comportamentais, diferentes populações de chimpanzés desenvolveram diferenças genéticas para sobreviver em seus diferentes habitats locais.”
Avanço na ciência
Ao desvendar um grande segredo genético desses primatas, além de ajudar a preservar uma espécie que está ameaçada, também soma passos importantes para o enfrentamento de doenças.
“Encontrar evidências de adaptação à malária em chimpanzés ligadas aos mesmos genes que afetam a resistência à malária em humanos é impressionante do ponto de vista evolutivo, pois sugere que pode haver maneiras limitadas de desenvolver resistência ao parasita da malária”, finalizou Harrison.
Fonte: Só Notícia Boa