Uma estudante de nove anos, da EMEB Stanislau Gaidzinski Filho, de Capivari de Baixo, foi alvo de ameaças de violência e comentários racistas em um grupo de WhatsApp, criado na semana passada. Os ataques, segundo o pai da menina – que preferiu não se identificar -, estariam vindo dos próprios colegas de sala de aula.
De acordo com o pai, a aluna estudava no período matutino e foi transferida para o vespertino, para acompanhar o irmão caçula, de quatro anos. Depois que a professora a mudou de lugar na sala, os ataques tiveram início.
“Ela começou a fazer amizade com o colega vizinho de carteira. Eles conversavam como amigos, mas uma outra menina, que se dizia namorada dele, criou o grupo e começaram os xingamentos e ameaças”, relatou.
O grupo de WhatsApp foi criado na semana passada, no dia 3, e a criança vítima dos ataques foi adicionada. “Minha filha se arrumou para ir para a escola, pegou o celular, começou a ver as mensagens e entrou em desespero. Estamos com o coração na mão”, disse o pai.
No dia seguinte, a menina foi removida do grupo. Contudo, a família conseguiu ter acesso às mensagens e às figurinhas de cunho racista. “Acionamos diversos órgãos, como Conselho Tutelar, Delegacia de Polícia e a própria escola, que só fez reunião e não se manifestou mais. Até agora não tivemos atendimento nenhum”, reclama.
Direção
De acordo com a diretora da unidade escolar, Carla Regina Thomé Xavier, uma reunião com os pais da aluna e dos demais envolvidos foi realizada para falar sobre a situação. “A maioria dos pais não sabia da existência do tal grupo no celular dos filhos. Os pais da estudante, vítima dos ataques, mostraram as imagens e mensagens enviadas e conversamos sobre a importância de monitorar o celular dos filhos. Além disso, a aluna também foi encaminhada para atendimento psicológico”, afirma a diretora.
Prefeitura emite nota oficial sobre o caso
Em nota oficial, a prefeitura de Capivari de Baixo diz que, a respeito do caso de bullying e cyberbullying envolvendo uma estudante da rede municipal de ensino, repudia, veementemente, qualquer forma de preconceito, discriminação ou racismo.
“Reafirmamos nosso compromisso com a promoção do respeito e da convivência saudável entre nossas crianças e adolescentes. A Secretaria Municipal de Educação, junto à equipe escolar, já desenvolve ações contínuas de conscientização e combate ao bullying, buscando sempre o diálogo, a orientação e a formação de uma cultura de paz”, diz a nota.
O caso, ressalta a nota, está sendo acompanhado pela Secretaria de Educação, pelo Conselho Tutelar e pelo Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), garantindo o suporte necessário à vítima e sua família.
“Seguiremos firmes no propósito de construir um ambiente escolar seguro, acolhedor e inclusivo para todos”, finaliza a nota.
Diário do Sul