Caminhada por comunidades de Treviso reúne mais de 80 participantes

Pelo caminho, as pessoas interagem, compartilham experiências e absorvem elementos da cultura local.

O Instituto Allouata em parceria com a Pousada Ferreiro e com apoio da prefeitura municipal de Treviso, realizou a 5ª edição do Caminho de Alice, neste domingo, dia 27. A caminhada de aproximadamente 12 quilômetros, teve início na comunidade de Rio Ferreira. O evento contou com a participação de 83 caminhantes, muitos pertencentes aos grupos Movimento (Siderópolis), Rumo Certo e Sintonia com a Natureza (Criciúma), além da Associação Catarinense dos Amigos do Caminho de Santiago de Compostela (Florianópolis). “Neste ano comemoramos os 100 anos do nascimento de Alice. Traçamos um trajeto que passa por parte da propriedade que pertencia a ela, depois passamos pelas localidades de Forquilhas e Brasília até chegar à Guanabara”, informou o organizador do evento, Paulo Cadallora.

Em frente à casa onde Dona Alice viveu, a engenheira agrônoma Lúcia de Lourdes Cimolin, acompanhada dos irmãos Décio e Antonio, emocionou os participantes ao relembrar a história de fé, perseverança e generosidade da mãe. Nascida em 29 de abril de 1925, Alice Tasca Cimolin enfrentou desde cedo as dificuldades da vida no interior, sobrevivendo da agricultura e da criação de animais. A história dela inspirou a criação do caminho e reforça a memória da comunidade, formada em grande parte por descendentes de imigrantes italianos que chegaram à região em 1892.  “Minha mãe cumpriu a promessa de rezar o terço na gruta Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, todos os dias, durante sete anos, acreditando ter assegurado proteção para quatro gerações de sua família. Ela desafiou preconceitos e percorreu longas distâncias indo a pé até Urussanga para negociar esta terra e melhorar as condições de vida da família”, relembra Lúcia.

Pelo caminho, as pessoas interagem, compartilham experiências e absorvem elementos da cultura local. Histórias sobre o Caminho de Santiago de Compostela, o deserto do Irã, as trilhas do Nepal e de Florianópolis se misturam a curiosidades regionais, como as pontas de flecha indígenas encontradas em Orleans, plantações de girassóis cor-de-rosa e a arte de fazer cataventos com folhas de gravatá e talos de samambaia.

Alguns caminhantes celebraram conquistas pessoais emocionantes.  Dentre eles, Margarete Teles comemorou um ano do sucesso de seu transplante de medula, e a Ubatan Gurgel, militar da reserva e ex-professor de balística interna e matemática, que devido ao um câncer teve seu estômago retirado há mais de 20 anos e continua ativo aos 84 anos. “Meu nome é indígena e me disseram que significa madeira de boa qualidade. Nós temos uma capacidade muito grande de nos adaptarmos, inclusive nosso corpo. Eu consegui fazer todo o percurso, não precisei do apoio do ônibus. Sugiro a leitura de um livro chamado A Coragem de Envelhecer da doutora Becca Levy”, comenta Gurgel.

A caminhada terminou com um almoço no centro comunitário da Guanabara. Os moradores locais prepararam um cardápio típico com macarrão, polenta, carne de galinha e saladas de tomate, repolho, alface e cebola.

Saiba um pouco mais sobre a história da família de Alice

Giovanni Cimolin, sua esposa Elena Martini e sua mãe Angela Luison, vieram da cidade de Castello di Godego, Norte da Itália, chegaram no Porto do Rio de Janeiro em 27 de novembro de 1886.

Do Rio de Janeiro, outro navio os trouxe até Laguna. De Laguna a Tubarão viajaram de trem. De Tubarão foram deslocados pela Companhia Colonizadora até Rio Carvão, Urussanga onde se radicaram inicialmente.

Elena estava grávida e deu à luz ao primogênito Paolo Cimolin em 01 de janeiro de 1887, ou seja, um mês após a chegada. Pouco tempo depois, adquiriram terras na região de Treviso. A primeira casa tinha apenas dois quartos, um com assoalho e outro com chão batido. Era coberta com telhas de madeira, conhecidas como “Scandolas”. A cozinha era separada, de chão batido e coberta com folhas de palmeiras. Nos primeiros anos não havia fogão a lenha. O fogo era feito no chão e uma corrente suspendia o caldeirão, onde se fazia a polenta e outras comidas.

 

Ana Lúcia Pintro

Professora Matemática (Criciúma e Cocal do Sul)

Acadêmica de Jornalismo (SATC)

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