Biofertilizante desenvolvido pela Epagri eleva produtividade de morango em Luiz Alves

Ao buscar por uma atividade que não fosse desgastante para complementar a renda após a aposentadoria, Vilma Fontanive Reichert, 57 anos, se encantou com a possibilidade de cultivar morangos no sistema de cultivo suspenso e abrigado contra ventanias e tempestades, que castigam Luiz Alves todo ano.

Com a orientação dos técnicos da Epagri, ela começou a produzir a fruta há seis anos e pretende construir mais um abrigo, animada com o aumento da produtividade, graças à utilização do biofertilizante aeróbico.

“Não tem comparação. Sem o biofertilizante, a planta demora mais a produzir e produz menos morangos porque dá menos flor”, revela. Vilma também disse que a planta adubada com o bioinsumo desenvolvido pela Epagri produz por mais tempo, até maio, sendo que a safra é de agosto a janeiro. “Quando o frio chega com mais força, a produção cai, mas todo dia colho alguma coisa quando venho podar as plantas”, garante.

O extensionista Carlos Alberto Jacobsen conta que a retirada diária de algumas folhas garante frutos de melhor qualidade, e a utilização do biofertilizante aeróbico promove ganho de vigor vegetativo porque foi formulado para, além de fertilizar, combater doenças e afastar pragas. Vilma viu esses benefícios na prática. “Aqui a gente tem muito problema de umidade, por isso vivia tendo ácaro. Desde que comecei a usar esse fertilizante da Epagri, os bichinhos sumiram”, comemora.

Cultivar morangos virou terapia 

No abrigo de 400m², a produtora tem 2,7 mil mudas, mas no momento, 1,2 mil estão produzindo. Durante o auge da safra, ela colhe de 70kg a 80kg por mês e fornece para particulares, padarias, lanchonetes e creches do município. E mesmo na baixa temporada, ela visita o abrigo até quatro vezes por dia para garantir que as plantinhas estão bem, livre de insetos e outros visitantes indesejáveis.

“Isso aqui pra mim é uma terapia, eu até converso com as plantinhas. Se vejo aquela mosca na fruta, eu já tiro. Eu quero garantir que meu produto seja de qualidade e produzir da forma mais natural possível, já que meus netos também consomem”, afirma.

Vilma Fontanive Reichert passou a produzir morangos para complementar aposentadoria e se encantou pela atividade

Na propriedade são produzidos 200 litros de biofertilizante por mês. O preparado, desenvolvido pelo pesquisador e engenheiro-agrônomo Alexandre Visconti, leva farinha de peixe, amido de milho e de mandioca, açúcar, farelo de arroz, esterco e água. Por ser aeróbico, exige que a mistura seja bombeada com oxigênio a cada 15 minutos de seis a oito dias, com a ajuda de um timer. No caso dos morangos de Vilma, a aplicação é feita por gotejamento, mas no plantio direto, ao ar livre, é feito com regador.

A aceitação dos morangos de Vilma no município é tão grande, que ela não pensou duas vezes em substituir uma roça de milho por mais um abrigo, e assim garantir o futuro da prole. “Com o que eu ganho da venda de morango, é como se eu recebesse mais uma aposentadoria. Dobrando a produção, espero garantir a renda de minha filha também”.

Por Renata Rosa, jornalista bolsista da Epagri/Fapesc

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