Alzheimer: estudo da USP detecta a doença 20 anos antes pela saliva

O professor Gustavo Alves Andrade dos Santos, doutorando na USP de Ribeirão Preto, trabalha no teste de Alzheimer pela saliva

Um estudo brasileiro está conseguindo detectar Alzheimer 20 anos antes dos primeiros sintomas, pela saliva. Olha isso! O trabalho está sendo desenvolvido na USP de Ribeirão Preto, em São Paulo.

O responsável pela pesquisa é o doutor em biotecnologia Gustavo Alves Andrade dos Santos, que apresentou os resultados animadores durante o 50º. Congresso Brasileiro de Análises Clínicas, em Campinas. Eles saíram também na revista científica SciELO.

“A saliva é um fluido composto por centenas de substâncias, muitas capazes de indicar doenças no organismo. Já sabemos que é viável detectar o Alzheimer dessa forma e agora vamos estender a pesquisa para grupos de diferentes faixas etárias, porque as proteínas responsáveis pelos danos aos neurônios começam a se acumular no cérebro 20 anos antes de os primeiros sintomas se manifestarem”, o Gustavo Alves.

A pesquisa

O professor trabalha no projeto desde 2012, quando fazia seu doutorado intitulado “o estudo de biomarcadores na saliva que possam descobrir precocemente o Alzheimer”.

A pesquisa analisou 76 pessoas, comparando níveis da proteína tal hiperfosforilada entre diagnosticados e saudáveis.

Foi descoberto que as concentrações de proteína tau hiperfosforilada (pTAU) são maiores em pacientes com Alzheimer e mais baixas em idosos sem Alzheimer. Em adultos jovens sem a doença, esses níveis são muito menores.

Teste rápido

Com o estudo, o brasileiro pretende desenvolver um teste rápido e acessível para rastreamento da doença.

Além de oferecer uma estratégia de apoio para o diagnóstico, saber antes da doença permite uma prevenção mais efetiva.

Por enquanto, o diagnóstico é feito por exclusão, através de exames de sangue, imagem e testes neurocognitivos, para descartar outras patologias. “Conseguindo obter um marcador biológico afirmativo, poderemos sair dos testes indiretos”, disse o cientista ao g1.

Ele conta que antes do Alzheimer se dividia em três fases: leve, moderada e avançada.

Porém, agora é incluída num estágio pré-clínico, quando essas proteínas começariam a se formar no cérebro da pessoa, e uma etapa chamada prodromal, período que precede o início da doença, quando tem sintomas leves e inespecíficos.

Novas vacinas

Gustavo Alves explica que o Alzheimer não se caracteriza mais como uma doença de idosos. Ele diz que ela passou a ser considerada uma doença continuum, cuja progressão se dá ao longo do tempo.

Embora ainda não exista um medicamento capaz de fazer a doença regredir depois que atinge a fase clínica e compromete os neurônios, há vacinas que estão sendo desenvolvidas, nos Estados Unidos e na Suíça.

Mas o brasileiro acredita que, quando a ciência tiver meios de detectar precocemente os biomarcadores do Alzheimer, também poderá mitigar os fatores de risco associados ao Alzheimer, como obesidade, sedentarismo, tabagismo ou alimentação pouco saudável.

Assista à reportagem da RecordTV:

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