Julho Laranja alerta: 7 em cada 10 crianças apresentam problemas na mordida que exigem atenção precoce

Campanha de 2025 destaca a má oclusão como um problema de saúde pública e reforça a importância do diagnóstico ortodôntico entre 5 e 7 anos de idade

Os problemas na mordida (má oclusão) já são considerados uma questão de saúde pública no Brasil. Um levantamento nacional realizado pela Associação Brasileira de Ortodontia (ABOR), com mais de 4.700 crianças entre seis e dez anos, revelou que 85,17% delas apresentavam algum tipo de alteração na mordida. No entanto, cerca de 16% desses casos foram classificados como alterações pouco significativas, o que indica que aproximadamente 7 em cada 10 crianças (68,4%) têm más oclusões que exigem atenção profissional.

Esse é o alerta da campanha Julho Laranja 2025, que traz como tema “Cuidados precoces, sorrisos para toda a vida”. O objetivo é conscientizar a população sobre a importância da ortodontia preventiva e incentivar os pais a buscarem avaliação profissional ainda na infância, reforçando um conceito simples e poderoso: “quanto mais cedo, melhor”.

De acordo com a ABOR, 72,34% das crianças poderiam se beneficiar de intervenções ortodônticas preventivas e 60,86% de tratamentos interceptores, o que reforça a urgência da inclusão da ortodontia preventiva nas políticas públicas de saúde infantil. “A ortodontia preventiva é uma abordagem essencial, especialmente na infância, pois visa evitar o desenvolvimento de problemas mais complexos na mordida e no posicionamento dos dentes e ossos da face”, explica a ortodontista Cristina Teixeira. Segundo ela, o momento ideal para levar a criança ao ortodontista é entre cinco e sete anos de idade, ou logo após a queda do primeiro dente de leite.

Cristina chama a atenção para um mito que ainda existe e segundo o qual a primeira consulta ortodôntica só deve acontecer quando todos os dentes permanentes já nasceram. “Na prática, quanto antes for feita essa avaliação, mais chances temos de evitar tratamentos longos, complexos e, muitas vezes, desconfortáveis no futuro”, destaca. Ela também reforça que a intervenção precoce impacta positivamente o desenvolvimento facial, a respiração, a fala e a autoestima da criança.

Dados preocupantes sobre a má oclusão no Brasil

O estudo da ABOR revelou que apenas 14,83% das crianças avaliadas apresentavam mordida normal. Entre as más oclusões identificadas:

  • 57,24% tinham Classe I (desalinhamento sem alteração esquelética);
  • 21,73%, Classe II (queixo retraído);
  • 6,2%, Classe III (queixo projetado para frente).

Além disso, 52,97% das crianças apresentavam cáries e/ou perdas dentárias, 19,58% tinham mordida cruzada, 18,09% sofriam com sobremordida profunda e 15,85% apresentavam mordida aberta, indicadores de que o problema vai além da estética e afeta diretamente funções essenciais como mastigação e respiração.

Sinais de alerta e hábitos prejudiciais

A ortodontista Cristina Teixeira recomenda atenção a sinais como: dificuldade para mastigar; respiração pela boca; ronco noturno; queixo muito projetado ou retraído; dentes apinhados ou que não se encostam (mordida aberta ou cruzada).  Ela também chama atenção para hábitos comuns na infância que podem comprometer a saúde bucal, como chupar dedo, uso prolongado de chupeta e mamadeira, e o hábito de morder objetos. “Esses comportamentos podem prejudicar o desenvolvimento ósseo da face e gerar prejuízos na fala, mastigação e respiração”, reforça.

Por que julho?

O mês de julho foi escolhido estrategicamente para a realização da campanha por coincidir com as férias escolares. É um período em que as famílias têm mais facilidade para agendar consultas e avaliações ortodônticas sem interferir na rotina escolar. “O diagnóstico precoce pode corrigir o crescimento ósseo da face, reduzir ou até eliminar o uso de aparelhos fixos no futuro e prevenir problemas mais graves. Além disso, promove um desenvolvimento mais saudável e fortalece a autoestima das crianças. Cuidar dos dentes é também cuidar do desenvolvimento, da saúde e da felicidade das crianças. E isso começa com uma visita ao ortodontista ainda na infância”, conclui Cristina.

Instagram: @dra.cristeixeira
Fonte da pesquisa: SciELO – Revista Dental Press

Últimas notícias

Grupo de Acolhimento ao Luto terá encontro dia 08 de julho em Orleans

O Hospital Santa Otília convida você para participar do...

Projeto de extensão do Unibave impacta cerca de 150 pessoas com ações de saúde na região

Cerca de 150 pessoas foram alcançadas pelas atividades do...

Tubarão sedia evento Empreende Jus

Tubarão sedia no sábado (28/6) o Empreende Jus. O...

Imersão gratuita para roteiristas de cinema realizada em Bombinhas está com inscrições abertas

A paradisíaca Bombinhas será o cenário para uma intensa...

Faltam duas semanas para a 28ª Festa da Tainha no Balneário Rincão

Balneário Rincão está em contagem regressiva para a 28ª...

Notícias Relacionadas