Túnel subaquático promete resolver mobilidade entre Navegantes e Itajaí

Está previsto para 2026 o início da construção de um túnel subaquático de aproximadamente 580 metros de extensão e seis pistas para veículos, localizado entre 23 e 29 metros abaixo do leito do rio Itajaí-Açu.

Uma obra inédita no Brasil surge como promessa para solucionar debaixo d’água os problemas de mobilidade entre Itajaí e Navegantes. Está previsto para 2026 o início da construção de um túnel subaquático de aproximadamente 580 metros de extensão e seis pistas para veículos, localizado entre 23 e 29 metros abaixo do leito do rio Itajaí-Açu.

A região abriga o segundo maior complexo portuário do Brasil em movimentação de contêineres, está bem posicionada às margens da BR-101 e próxima aos principais polos econômicos do Sul e Sudeste. No entanto, enfrenta desafios de transporte que estrangulam seu potencial de crescimento.

“A nossa região é muito forte em logística, mas, para atrair novas empresas, a gente precisa fundamentalmente eliminar o gargalo da mobilidade”, explica o engenheiro João Luiz Demantova, coordenador técnico do CIM-AMFRI (Associação dos Municípios da Região da Foz do Rio Itajaí), que tomou a iniciativa pelo projeto.

O túnel é a parte mais ambiciosa do Promobis (Projeto de Mobilidade Integrada e Sustentável), um projeto amplo de mobilidade orçado em US$ 340 milhões (R$ 2,07 bilhões, na cotação atual), em uma PPP (parceria público-privada) entre a CIM-AMFRI, com apoio do Banco Mundial, e o governo catarinense, que assinou em outubro um protocolo de intenções para aportar US$ 24 milhões.

Demantova explica que o projeto de mobilidade surgiu em 2015, quando foi identificada a urgência de obras de mobilidade na região. A distância por estrada entre Itajaí e Navegantes é de pouco mais de 21 km, mas os engarrafamentos são frequentes e atrasam o trajeto.

Segundo o engenheiro, outras alternativas foram cogitadas antes para conectar as duas cidades, separadas pelos quase 350 metros de largura do rio Itajaí-Açu.

“Para não criar obstáculos à navegação portuária, uma ponte precisava ter pelo menos 65 metros de altura, para que os navios pudessem passar tranquilamente sob ela”, conta Demantova. “Mas, como nós temos o aeródromo de Navegantes do outro lado, não era possível, porque o aeródromo permite apenas obstáculos de até 45 metros de altura.”

Foi considerada a construção de uma ponte móvel de abrir e fechar, mas a necessidade de dois sistemas separados para seu funcionamento aumentaria os custos de manutenção e dobraria os riscos de problemas no tráfego. Diante disso, o túnel surgiu como a opção mais viável.

A construção será feita com módulos pré-fabricados, que serão submersos e selados sob o canal de navegação que conecta os portos das duas cidades. O governo do estado será responsável pelo edital da obra para contratação da empresa que fará a construção, orçada em US$ 180 milhões.

“A tecnologia para construção de túneis não chegou ainda muito no Brasil, mas, tanto na Ásia como na Europa, ela já é uma constante. Portanto, tem tecnologia bastante robusta à disposição para esse tipo de obra”, afirma Paulo Bornhausen, secretário estadual de Articulação Internacional e Projetos Estratégicos.

O projeto do túnel inclui três faixas de tráfego em cada direção, sendo uma destinada ao transporte rápido por ônibus (BRT) e áreas de circulação para pedestres e ciclistas.

Os custos operacionais serão parcialmente financiados por meio da cobrança de pedágio, com tarifas estimadas entre R$ 4,50 e R$ 10, dependendo do modal.

O consórcio reúne os municípios de Itajaí, Navegantes, Balneário Camboriú, Camboriú, Bombinhas, Ilhota, Itapema, Luiz Alves, Penha e Porto Belo. Juntas, as onze cidades possuem um PIB de R$ 73,29 bilhões e representam 17,1% do PIB de Santa Catarina.

 

Fonte: Folha de S. Paulo

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