Síndrome da fadiga crônica atinge mais mulheres e quem teve Covid ou dengue

No Brasil, o Ministério da Saúde não tem dados sobre quantas pessoas convivem com a síndrome, embora um estudo do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)

Divulgado na revista Frontiers in Immunology em 2022, relacione a doença com a pandemia. Os pesquisadores mostraram que a condição era observada em cerca de 10% a 20% das pessoas que se curaram da covid-19, mas continuavam com sintomas. Dos 80 pacientes participantes da pesquisa da USP que tiveram covid-19, metade desenvolveu a síndrome da fadiga crônica. No ano passado, um estudo divulgado pela mesma publicação estimou que 13% a 45% dos pacientes que contraíram o vírus podem desenvolver a doença.

A síndrome da fadiga crônica é uma doença ainda sem cura. Os sintomas aparecem, em mais de 80% dos casos, depois de uma infecção viral, sendo três vezes mais comum na população do sexo feminino. Outro dado alarmante é que 91% das pessoas afetadas nos Estados Unidos são diagnosticadas erroneamente com outras condições, como depressão.

A falta de informação tem exposto pacientes à estigmatização tanto no mercado de trabalho quanto na vida pessoal. É comum que os sintomas sejam minimizados ou relacionados com questões psicológicas.

A professora da disciplina de pneumologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Eloara Campos explica que muitos pacientes com a síndrome acabam recebendo diagnósticos de depressão e ansiedade. “Até porque não tem como um paciente com uma doença crônica não desenvolver um pouco de ansiedade ou depressão. Às vezes ansiedade é uma consequência, porque a pessoa já passou tantos anos atrás de médicos, especialistas, exames e nunca teve uma resposta.”

Campos começou a estudar a doença com afinco durante a pandemia de covid-19, após ter recebido pacientes que melhoraram dos sintomas respiratórios e das queixas pulmonares, mas se mantinham com fadiga. A professora da Unifesp explica que cerca de 25% dos pacientes com a síndrome estão acamados e 50% não conseguem mais ter uma vida laboral e social como antes; muitos, inclusive, param de trabalhar.

Além de não ter cura, a doença não tem um marcador biológico que ateste sua existência, como um exame de glicose que diz se a pessoa está diabética, por exemplo. A ausência desse marcador dificulta processos de trabalho como afastamento e aposentadoria. O diagnóstico é clínico: mais de três meses sentindo cansaço que não melhora com descanso, piora dos sintomas após esforços mínimos e um sono não reparador. Fonte: Agência Pública

terra.com.br

Fonte:Agência Pública

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