Seminário da ATeG valoriza cadeia produtiva da bovinocultura de leite

O Seminário Regional da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), com foco para a bovinocultura de leite, promovido nesta terça-feira (31) pelo Sistema Faesc/Senar-SC (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) foi um sucesso. O evento ocorreu no Parque da Efapi, em Chapecó (SC), durante o Tec Agro 2023 e reuniu mais de 600 produtores das regiões do Meio Oeste, Oeste e Extremo Oeste, dirigentes sindicais, lideranças, supervisores regionais e equipe técnica da ATeG.

Na cerimônia de abertura, presidente do Sindicato Rural de Chapecó e vice-presidente regional da Faesc, Luiz Carlos Travi, destacou a importância da iniciativa e o vice-presidente executivo da Faesc Clemerson Pedrozo agradeceu o trabalho das equipes do Senar/SC que se dedicam diariamente para atender os produtores rurais do Programa ATeG. Também reconheceu o comprometimento dos dirigentes sindicais.

“Temos orgulho do agro brasileiro e o leite é um dos principais produtos agropecuários do Brasil. Falam que estamos entre os melhores do mundo, somos um dos países que mais exporta grãos e carnes, o que mais cresce e, tudo isso é verdade, mas resulta de um trabalho feito com muita dificuldade e engajamento pelos produtores e demais envolvidos na cadeia produtiva”, frisou Clemerson.  

Em seguida, a ATeG Bovinocultura de Leite em Santa Catarina foi apresentada pela coordenadora estadual do programa, Paula Coimbra Nunes. Ela frisou que a iniciativa difere da assistência técnica convencional porque leva a gestão para as propriedades. “Hoje vivenciamos esse momento especial na atividade de leite, mas é importante destacar que atendemos 10 cadeias produtivas no Estado. O número de produtores que passaram pelo programa, desde 2016, é expressivo. Somente na bovinocultura de leite foram mais de 6.400 produtores durante todo esse período. Atualmente, o número de participantes da ATeG Bovinocultura de Leite soma 2.715 pessoas em todo o Estado. Esse programa é um sucesso graças ao trabalho e o esforço de cada um dos produtores que se compromete em inovar no dia a dia”.

EFICIÊNCIA ECONÔMICA DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO

Outro momento importante foi a palestra “Aumento da eficiência econômica de sistemas de produção de leite em tempos de preços e custos desafiadores”, com o engenheiro agrônomo Dr. Wagner Beskow.  O palestrante ressaltou a importância de abordar o tema ao comentar que nesse momento de preços baixos, os produtores estão em real dificuldade. “Muitos deles não conseguem fechar as contas e têm um negócio que é potencialmente muito lucrativo, tanto que conseguem crescer mesmo nesses períodos de crise”, destacou ao mencionar alguns exemplos que levou para o evento.

 CASES DE SUCESSO

Por fim, os produtores rurais apresentaram seus cases de sucesso da ATeG, realizada pelo Senar/SC, em parceria com os Sindicatos Rurais.

O produtor Eduardo Brancher contou sua experiência, acompanhado do técnico de campo Alfeu Cristiano Kleemann e do supervisor técnico do Sindicato Rural de Pinhalzinho Leandro Simioni.

Com 37 hectares e uma área útil de 34 hectares, no município de Pinhalzinho, a propriedade trabalha com um sistema de confinamento que envolve 100% dos animais. “Temos 81 vacas em lactação, não atuamos com mão da obra contratada, somos a terceira geração que trabalha na propriedade e espero que o meu filho também dê sequência a ela”, realçou Eduardo.

De acordo com o produtor, quando a família começou a atuar com a assistência do Senar/SC, em dezembro de 2021, a média de produção era de 24,5 litros de leite por vaca. “Se tivéssemos continuado com os mesmos números, o sistema não iria se manter. Então, fizemos várias melhorias e a primeira delas foi a análise de solo bem elaborada. Avaliamos com o técnico as variedades de milho e a adubação que se encaixasse para o nosso solo. Com isso conseguimos uma boa produtividade de silagem para ter um volumoso bom”.

Também foi trabalhada a área de pastagem perene para produção do pré-secado. “Viemos de uma seca e tivemos que fazer três safras. Incluímos a dieta de silagem de trigo também para agregar no alimento dos animais e, com toda essa mudança, tivemos melhoria dos alimentos. Mas, ainda havia um ponto que precisava ser revisto, pois as vacas não estavam respondendo como deveriam”.

O produtor ressaltou que havia alimento, mas a dieta em si não estava sendo suficiente. “Estudamos todos os pontos e a formulação da ração não estava de acordo com os animais. Mexemos nesse ponto e formulamos a nova ração. A partir do mês seguinte com a nova dieta, o resultado já foi significativo. A diferença foi da água para o vinho. Hoje a dieta está indo bem e os negócios estão crescendo”.

Darlei Adriano Canossa, de Ipumirim, explanou seu case de sucesso, juntamente com o técnico de campo Bruno Streher Matté e com o supervisor técnico do Sindicato Rural de Ipumirim Fernando da Silveira. Desde o início da ATeG a produção aumentou em 77% a produção mensal e a média de leite por vaca/dia cresceu 20,3%. Além desse incremento de produção e renda, ocorreu redução dos custos. Agora, temos novilhas parindo com cerca de 27 meses”. 

O produtor lembra que a primeira visita da ATeG foi em fevereiro de 2021. “Tínhamos novilhas de dois anos e meio que não estavam cobertas ainda e a assistência ajudou bastante. Hoje, contamos com 20 vacas em lactação em uma propriedade de 18,8 hectares e, além de melhorar os controles financeiros e produtivos, tivemos aumento da renda da atividade”, ressaltou.

Do Sindicato Rural de Itapiranga foram apresentados os resultados do produtor Rogério Vinceski, de Iporã do Oeste, que participa da ATeG desde 2021. Ele esteve acompanhado pelo técnico de campo Jean Burin e pelo supervisor técnico Fernando Schneider.

A propriedade, com 32 vacas em lactação no momento, apresentou resultados expressivos. “Saímos de uma produção de 6 mil litros para 13 mil e 500 litros – uma evolução muito grande. Quando a ATeG chegou estávamos com dificuldades de produção – pastagens degradadas, animais com problemas sanitários e animais com muita idade”, explicou o produtor.

Ele contou, ainda, que quando adquiriu a propriedade havia animais com problemas sanitários e, quando o programa começou, foram adotadas medidas para buscar solução. “Estamos bem satisfeitos com a ATeG e evoluímos a cada dia, tanto na questão da qualidade, quanto no bem-estar, entre outros aspectos. O que mais nos satisfaz é estar com a família, desfrutar esses momentos em casa, além de saber que estamos no caminho certo e, que futuramente, nossos filhos farão a sucessão”, finalizou.  

O produtor Gian Perazzoli, do Sindicato Rural de Videira, também apresentou os avanços da propriedade na companhia da técnica de campo Suiane Pittol e do supervisor técnico Guilherme Romani de Mello.

Gian contou que os pais começaram a tocar a propriedade em 2010 e, em 2017, ele iniciou o processo de sucessão ao investir em pecuária leiteira. “Aproveitei o barracão de fumo que era dos meus pais e transformei em composto e sala de alimentação para as vacas. Começamos a participar da ATeG em março de 2021. Naquela época estávamos com 6 mil litros de média mensal, com 23 vacas. Hoje, depois de 17 meses com a assistência, estamos com mais de 12 mil litros”, destacou ao relatar que são 25 vacas em lactação no momento. “Se não fosse a ATeG não estaria mais nessa atividade”, finalizou o produtor.  

De acordo com o presidente do Sistema Faesc/Senar-SC, José Zeferino Pedrozo, os significativos resultados são realidade porque os produtores são muito dedicados e estão cada vez mais interessados em obter conhecimentos e porque há dedicação de eficientes equipes e excelentes parceiros em todas as áreas. “Estamos felizes com a repercussão dos cases apresentados no Seminário do ATeG na Tec Agro – um evento que contribui para a inovação do setor”.

 

Fonte da informação: MB Comunicação Empresarial/Organizacional

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