Reportagem da TV Record destacou crime familiar que chocou o Estado
Morte, ameaças e disputa por uma herança milionária. A história da dentista assassinada pelo irmão na frente da própria mãe, em Gravatal, foi destaque do programa Domingo Espetacular, da TV Record, neste fim de semana.
A reportagem conversou com familiares da vítima e também com autoridades que detalharam o caso que chocou a comunidade local. A matéria cita que Isabel Cristina Fernandes Martins, de 34 anos, vivia o melhor momento da vida, com destaque no trabalho, em uma clínica de Tubarão, e também na vida pessoal. Após anos de tratamento, ela tinha conseguido engravidar.
Um dos entrevistados da matéria especial foi o marido de Isabel, Eduardo Mendes Marcílio, que também é dentista. Os dois se conheceram na faculdade e trabalhavam juntos. O irmão mais velho, Marciel Fernando Martins, também deu entrevista e contou que o irmão do meio era bastante violento, o que também foi reforçado pela Polícia Civil na matéria.
“Ele tinha um histórico de violência, com cerca de 25 boletins registrados em casos de maus-tratos e lesão corporal contra vizinhos”, explica a delegada regional de Tubarão, Carolini de Bona Portão.
Herança
O irmão acusado de matar Isabel é formado em agronomia, casado e pai de dois filhos, e estava cursando o terceiro ano de medicina.
O pai deles também é era violento, segundo os relatos. Ele morreu em julho de 2016 e deixou para a família terrenos, propriedades rurais e quase 400 cabeças de gado. Segundo a matéria, um patrimônio que chega a R$ 5 milhões.
Foi por conta dessa herança, e após Isabel virar inventariante no processo, que o relacionamento entre o acusado e os irmãos piorou. Além da mãe e dos irmãos, uma tia de Isabel também tinha direito à partilha. Segundo a matéria, a dentista autorizou a partilha de bens, incluindo a tia, o que enfureceu o irmão.
Família pede por justiça
O acusado de homicídio passou a viver com a mulher e os filhos na casa da mãe deles após a morte do pai. Ele fazia ameaças e mandava recados aos irmãos pedindo para que eles não os visitassem. Um dia antes do aniversário da mãe e querendo celebrar a gravidez, Isabel decidiu ir até a casa, em Gravatal, no dia 26 de setembro. Ali, ela foi morta com cerca de 20 golpes de faca, segundo a polícia. O autor fugiu após o crime e foi preso temporariamente cerca de 30 horas depois do assassinato.
A matéria cita que ele chegou a sorrir no interrogatório e agiu com frieza. “Com 21 anos de polícia, não dá pra entender a frieza dele de ter praticado um crime tão bárbaro e ter agido dessa forma”, contou Walker Mendes Cardoso, escrivão da Polícia Civil de Gravatal.
Com a morte dela, o inventário da herança fica momentaneamente parado. Enquanto isso, família e amigos não querem que o crime fique impune. “No momento queremos só justiça. Nada vai trazer ela de volta, mas a justiça terá que ser feita”, concluiu o marido de Isabel.
Diário do Sul