No dia 24 de março de 1974, Tubarão foi assolada pela maior catástrofe de sua história recente. A enchente daquele dia deixou centenas de famílias desabrigadas e muitas pessoas perderam suas vidas durante a inundação
A tragédia que destruiu a cidade foi amplamente registrada, especialmente pelo fotógrafo Amadio Vettoretti, que se tornou historiador e um dos maiores conhecedores dos fatos que marcaram um dos momentos mais tristes vividos pelos tubaronenses.
Canais de rádio e de TV, revistas e jornais divulgaram a tragédia. Por meio do trabalho da imprensa, o país inteiro foi informado e, isso, inclusive, despertou a solidariedade dos brasileiros e muitos itens, como alimentos, roupas, colchões, entre outros gêneros foram enviados para Tubarão de diversas partes do Brasil.
Contudo, com sistemas de transmissão e meios de comunicação muito precários, nem sempre as notícias eram fiéis. O jornal O Globo, de 28 de março de 1974, trouxe como manchete “Nenhum sinal de vida em Tubarão, uma cidade morta”.
A frase, que virou título da matéria, é atribuída a dois repórteres do jornal que estiveram na cidade durante três dias e relataram que não havia sinal de vida. “…Até ontem falava-se, extraoficialmente, em mais de 1.500 mortos, mas esse número deverá aumentar à medida que as águas forem baixando”, diz um trecho da reportagem.
Na quinta-feira (28), a matéria do jornal O Globo completa 50 anos e é um exemplo dos inúmeros registros feitos pela imprensa durante e depois da tragédia. Uma cópia do exemplar daquele dia faz parte do acervo do Arquivo Público e Histórico Amadio Vettoretti, onde estão também diversos recortes de outros jornais e revistas, fotos e documentos sobre o desastre.
A reportagem traz um balanço da situação da cidade e da região, relata as ações de resgate e as providências que os governos municipal, estadual e federal tomaram para socorrer a população.
A rede Globo também produziu um documentário sobre o evento. “Globo Repórter Atualidade” foi exibido 20 dias após a catástrofe.
Oficialmente 199, corpos foram identificados, mas devido a tecnologia precária da época, não é descartada a hipótese de que mais mortes tenham ocorrido em decorrência da enchente.
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Com apoio do Arquivo Público e Histórico de Tubarão Amadio Vettoretti – Departamento da Fundação Municipal de Cultura
Pesquisa histórica: Jucinéia Torres Corrêa (Diretora) e Márcia Benedetti Ingracio (Monitora de Pesquisa)
Municipio de Tubarão