Mais um caso de envenenamento de cães abandonados, em situação de rua, foi registrado na manhã desta sexta-feira (04) em Imbituba. Desta vez, o ato de crueldade foi contra outros quatro cachorros, em frente à casa de um protetor de animais que, felizmente, conseguiu salvar os bichos, no bairro Campo de Aviação. O crime ocorre depois de quase um mês do último caso, na região, na Praia da Vila, em que quatro cachorros foram intoxicados com veneno para ratos (também letal para cães dependendo da dosagem ingerida).
Os inaceitáveis casos de violência levantam um questionamento: até quando a cultura de envenamento ficará impune?
Protetor há mais de 10 anos, Cristiano contou à nossa reportagem que encontrou os animais, dos quais cuida alimentando e dando água, já em estado grave, com os focinhos espumando, e que os acolheu após seguir alguns procedimentos recomendados.
“Eles estavam sob meus cuidados, mas, devido à uma obra na casa, montei um pequeno abrigo do outro lado da rua, para mantê-los aquecidos. O abrigo que montei, de paletes, que fiz no meio dos butiazeiros, já foi arrancado quatro vezes de lá”, denuncia o protetor, que revela que devido ao novo atentado, os animais encontram-se dentro da casa dele, que é pequena e está em reforma.
Os maus-tratos aos animais é um assunto sério, que tem causado revolta entre os protetores e a comunidade local. A cultura violenta de eliminação de animais por meio de envenenamento precisa ser combatida com urgência.
O envenenamento de animais é crime ambiental previsto na Lei Federal nº 9.605/98, com pena de reclusão de dois a cinco anos, além de multa. Atos de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais, silvestres ou domésticos, tem punição. Ao presenciar tal ato, a testemunha deve denunciar imediatamente à polícia e aos órgãos de proteção animal.
Os amigos de quatro patas também são seres vivos e devem ser respeitados assim como os seres humanos. Este ato é um atentado à vida.
Sobre os protetores de animais
Os protetores fazem parte de uma rede de apoio autônomo de proteção animal, porém a maioria deles não tem condições.
Apesar da ação voluntária, eles sofrem com discriminação, preconceito e, inclusive, agressão física. Cristiano relatou que ele e seus familiares, ambos protetores, sofrem com diversos problemas. O irmão e ele já sofreram, inclusive, agressão física por cuidar dos animais abandonados.
“Me agrediram por eu dar água para os cães de rua. Meu irmão, inclusive, foi agredido por um lutador de jiu-jitsu só pelo fato de cuidar dos animais”, conta.
O protetor relata que há preconceito de alguns membros da comunidade, a ponto de ocorrerem agressões físicas e envenenamentos letais contra animais, principalmente cães e gatos abandonados ou comunitários.
Fonte: Portal A Hora