A Galeria Chá Chá, localizada no Mercado Público de Laguna, é o palco da nova exposição “Xilemar”, do artista lagunense Arnaldo Russo, sob a curadoria de Luiza Ferraro. A mostra convida o público a mergulhar em uma experiência sensorial e poética, em que o mar e a madeira se entrelaçam em um diálogo de texturas, cores e significados.
Fruto de uma década de pesquisa artística nas praias de Laguna, o trabalho de Russo propõe uma reflexão sobre o tempo e as marcas deixadas pela natureza. As obras são compostas por xilogravuras, técnica que utiliza a gravação sobre a madeira, o xilema, elemento que dá nome à exposição, como meio de revelar novas formas e camadas visuais.
O artista explica que o processo criativo é guiado pela observação das linhas naturais, tanto da madeira quanto do mar. “Gravar é redescobrir as marcas que a vida deixa – nas superfícies, nas cores e na memória”, afirma, destacando a busca por captar a essência do movimento e da resistência presentes na natureza.
Em “Xilemar”, cada traço é um registro simbólico do encontro entre o natural e o humano. O mar surge como metáfora da passagem do tempo, revelando e apagando marcas, enquanto a madeira conserva o que resiste. A xilogravura, nesse contexto, torna-se um instrumento para traduzir o fluxo da vida, ora suave, ora intenso, convidando o espectador à contemplação.
Para o artista, “o mar é o guia que imprime em tinta a memória da impermanência”, uma ideia que percorre toda a exposição e reforça o caráter poético do trabalho.
A exposição segue aberta à visitação até o dia 17 de novembro.