Com 11,9% de desconto por litro de gasolina, o Feirão do Imposto reuniu dezenas de motoristas chapecoenses, no último sábado (31), em uma campanha para chamar a atenção para a alta carga tributária no país. A ação, promovida pelo Núcleo de Jovens Empreendedores da Associação Comercial, Industrial, Agronegócio e Serviços de Chapecó (ACIC), incluiu uma carreata e um buzinaço que partiram da sede da entidade e seguiram até o Posto V8, onde foram vendidos mil litros de gasolina sem a cobrança de impostos federais. O preço do litro caiu de R$ 6,30 para R$ 5,55.
A coordenadora do NJE, Janine Stefanello, explicou o motivo da escolha em fazer parceria com um posto de combustível. “Esse imposto não era mais cobrado antes. Ele foi reinstaurado, e por isso a gasolina subiu tanto. Queríamos trazer o povo aqui para que todos percebessem a quantidade absurda de imposto que voltamos a pagar e também porque o combustível pesa muito no bolso de todo mundo. Consumimos muito, e isso impacta diretamente o orçamento.”
Segundo Janine, a iniciativa contou com a parceria do Ricardo Teixeira, proprietário do Posto V8, que abriu as portas para a ação. “Aproveitamos a oportunidade para trazer uma moto que será vendida sem imposto federal, como forma de conscientizar as pessoas”, acrescentou. Ela ainda explicou que esse movimento é nacional. “O objetivo é impactar o Brasil inteiro no mesmo dia para que todos tenham consciência da altíssima carga tributária e para que possamos tomar atitudes. Queremos dar voz ao povo porque, se realmente despertarmos, podemos conseguir mudar alguma coisa.”
De acordo com o presidente da ACIC, Helon Rebelatto, a alta carga tributária é um dos grandes problemas enfrentados pelos brasileiros e esse dinheiro não retorna de forma adequada. “Santa Catarina, por exemplo, hoje manda R$ 100 para Brasília e apenas R$ 12 voltam”, destacou. “Por isso, realizamos essas ações, para mostrar o quanto pagamos e que esse dinheiro precisa, sim, retornar para o estado e para os municípios.”
Ele comparou a situação ao pagamento de um condomínio. “Pagamos impostos não porque queremos, mas porque precisamos ter um serviço de volta. É como se estivéssemos pagando um condomínio, precisamos que esse valor seja investido de volta na nossa região”, disse. “Infelizmente, esse dinheiro fica na estrutura administrativa do Governo Federal e não é investido em infraestrutura. Essa é uma das nossas grandes lutas, como a duplicação da BR-282 e melhorias na saúde.”
Para ele, a conscientização é fundamental. “As pessoas precisam saber que estão pagando impostos diariamente em tudo o que consomem. E, ao contrário do que muitos pensam, são as classes mais baixas que proporcionalmente pagam mais, porque são as que mais consomem”, ressaltou. “Nos produtos que nós consumimos, pagamos de 30% a 47%, até 50% de imposto. Então, precisamos abrir os olhos para tudo isso.”
Lidiane do Santos, que trabalha como vigilante e atua como motorista de aplicativo, compartilhou sua opinião sobre a alta carga tributária e a ação de conscientização promovida no posto de combustível. “Olha, eu me sinto muito mal, porque a gente não ganha muito e, quando vai comprar qualquer coisa, tudo tem muito imposto. É muito alto, demais!”, afirmou. Relatou que a iniciativa, que ofereceu combustível com desconto, foi importante para alertar as pessoas sobre a pesada carga tributária. “Foi muito interessante. Acho que essa ação nos ajuda a entender o quanto pagamos.” Questionada sobre a possibilidade de redução de impostos para o setor de combustíveis, Lidiane não teve dúvidas. “Seria muito bom, com certeza. Porque daria para fazer muito mais. Como está parece que não rende”, explicou.
Pauta: MB Comunicação Empresarial/Organizacional/Jornalista Responsável – Marcos A. Bedin