Dengue: vacina do Butantan tem eficácia de 3 anos, revela estudo

A vacina contra dengue, em dose única, produzida pelo Instituto Butantan, tem eficácia e segurança por 3,7 anos

Um estudo mostra que a proteção é de 89% contra os casos graves ou com sinais de alerta da doença.

É a primeira vez que uma vacina contra a dengue atinge esse patamar, porque os dois outros imunizantes já licenciados no mundo (a Dengvaxia, da Sanofi, e a Qdenga, da Takeda) não atingiram a segurança primária no acompanhamento de até cinco anos.

Os resultados do estudo clínico no Brasil divulgados na publicação científica The Lancet Infectious Diseases. A próxima etapa da pesquisa vai verificar a eficácia nos grupos etários acima dos 60 anos.

A vacina e o funcionamento

Uma pessoa pode ser reinfectada com o vírus da dengue e, depois por outro subtipo do vírus. Se isso ocorrer, há o risco de desenvolver uma doença grave.

A vacina deve proteger contra os quatro tipos da dengue, que é o caso do imunizante do Butantan.

De acordo com o instituto, a vantagem é que a vacina pode ser administrada em dose única – um diferencial entre todos os imunizantes atualmente disponíveis.

Busca pela eficiência

A vacina é composta pelos quatro vírus atenuados e induz a produção de anticorpos sem causar a doença e com poucas reações adversas.

Desde 2009, os pesquisadores do Butantan estudam a produção da vacina contra o vírus.

O imunizante foi administrado em mais de 16 mil pessoas e, atualmente, a equipe acompanha os últimos voluntários incluídos.

Análise do estudo

No estudo publicado na revista científica, foram analisados 16.235 pessoas, de 2 a 59 anos, entre fevereiro de 2016 e julho de 2019. Essas pessoas não foram vacinas contra a dengue e receberam, de forma aleatória, o imunizante, de dose única, ou injeção contendo substância placebo (inócua).

A primeira análise dos participantes indicou eficácia de 79,5% da vacina em proteger contra infecção pelo vírus da dengue em até dois anos.

O novo artigo traz a segunda análise do ensaio, com a média de acompanhamento de 3,7 anos (2 a 5 anos), e apresentou leve diminuição na eficácia geral da vacina, de 67,3% para os tipos 1 e 2 combinados.

Variações conforme o tipo da doença

Contra a dengue tipo 1, a eficácia foi maior, de 75,8%, e de 59,7% contra o tipo 2. Não houve eficácia para os tipos 3 e 4 porque não foram detectados casos desses sorotipos no período.

Apenas 6,2% dos participantes reportaram efeitos adversos da vacina, similar ao do grupo que recebeu o placebo (6,6%).

Os pesquisadores agora partem para uma outra etapa da pesquisa. Eles querem verificar a eficácia na população acima de 60 anos – faixa etária em que há registros de muitas mortes.

O estudo completo foi publicado na revista científica The Lancet Infectious Diseases.

6 milhões de casos

A dengue é uma doença viral.

Há relatos de a maioria dos casos ser na forma leve, porém, em situação de segunda infecção por outro sorotipo do vírus (1,2,3 e 4) pode levar a situações mais graves.

Em 2024, o Brasil registrou 6,49 milhões de casos da doença, segundo o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde.

A vacina para imunizar contra a dengue, do Butantan tem eficácia de 3 anos, diz estudo. Foto: Butantan

A vacina para imunizar contra a dengue, do Butantan, tem eficácia de 3 anos, revela estudo. – Foto: Butantan

 

Últimas notícias

Circuito Corridas do Bem passará por 11 cidades de Santa Catarina, incluindo Criciúma

O circuito Corridas do Bem vai passar por 11 cidades de...

Viver no presente pode reduzir ansiedade e abrir portas, diz especialista

O começo do ano é tradicionalmente um período de...

Justiça condena cinco faccionados a mais de um século de prisão por tortura em Tubarão

A 2ª Vara Criminal da comarca de Tubarão, no...

Italianos visitam Unibave e arquivo histórico do Museu ao Ar Livre

Dois italianos que fazem parte da comitiva da região...

Brasil tem mais empresas ativas do que trabalhadores com carteira assinada

Segundo dados recentes da BigDataCorp, divulgados em 2024, o...

Notícias Relacionadas