Com déficit crescente, UFSC só tem dinheiro até outubro, diz reitor

Além dos cortes, o reitor também apontou a extinção e a vedação de concursos para diversos cargos, agravando ainda mais a situação.

O reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Irineu Manoel de Souza, acompanhado do chefe de Gabinete, Bernardo Meyer, da secretária de Planejamento e Orçamento (Seplan), Andrea Cristina Trierweiller, e do secretário de Comunicação, Marcus Paulo Pessôa, convocou uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (13), na Sala dos Conselhos.

O objetivo do encontro foi esclarecer os desafios financeiros enfrentados pela instituição, apresentar as ações adotadas para mitigar a situação e alertar a sociedade sobre a gravidade da crise orçamentária – a instituição prevê um déficit de até R$ 37 milhões para 2025.

“Hoje, a nossa Universidade tem uma presença marcante em Santa Catarina, no Brasil e no mundo”, destacou o reitor ao iniciar sua fala. Ele ressaltou o papel transformador da UFSC para os estudantes e suas famílias, reafirmando o compromisso social das universidades públicas brasileiras. No entanto, chamou atenção para um cenário preocupante: “Há uma década, as universidades sofreram um corte de 50% nos seus orçamentos”.

Além dos cortes, o reitor também apontou a extinção e a vedação de concursos para diversos cargos, agravando ainda mais a situação. Irineu lembrou que, no ano passado, um movimento nacional de docentes, técnicos-administrativos e estudantes reivindicou, entre outras pautas, a recomposição orçamentária das universidades federais e a reestruturação das carreiras.

Na UFSC, o montante disponibilizado para 2025 só garante o funcionamento da instituição até outubro. “O orçamento atual não atende às necessidades da Universidade”, enfatizou o reitor. Ele destacou que, para enfrentar o cenário, é imprescindível mobilizar a sociedade, pressionar o Governo Federal pelo pagamento do reajuste do acordo de greve e envolver parlamentares estaduais e federais, além de ministérios, governos e Congresso Nacional.

Os números apresentados na coletiva reforçam a gravidade da situação. Em 2024, o déficit orçamentário da UFSC foi de R$ 17 milhões, valor que será transferido para pagamento em 2025. Até agora, o Governo Federal liberou cerca de R$ 30 milhões, porém, os dois primeiros meses deste ano já acumulam um déficit de R$ 12 milhões. “É urgente mostrar essa situação à sociedade e realizar um movimento forte para a suplementação de recursos”, alertou o reitor.

A secretária Andrea Trierweiller detalhou as medidas adotadas pela gestão da UFSC para conter gastos, sem comprometer as atividades finalísticas de ensino, pesquisa e extensão. Entre as ações, destacou o redirecionamento de R$ 325 mil para o duodécimo das unidades de ensino, enquanto as unidades administrativas não receberam repasses.

Além disso, a revisão de contratos terceirizados – que somam cerca de 200 – está em curso, buscando identificar possibilidades de economia. Por fim, também reforçou a importância de mobilizar a sociedade e as autoridades para garantir a sobrevivência da instituição.

Essas medidas, no entanto, só permitiria uma redução de até R$ 7,3 milhões no orçamento da UFSC – um quinto do buraco orçamentário previsto.

Orçamento da UFSC para 2025:

Custeio (pagamento de despesas gerais da universidade, exceto salários): R$ 164,4 milhões

Investimento (obras, ampliação do patrimônio, compras de equipamentos): R$ 6,4 milhões

Receitas próprias: R$ 48 milhões*

Valor reivindicado pela UFSC como suplemento ao orçamento de 2025: R$ 37 milhões

Fonte: OCP NEWS

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