Com tinta acrílica de parede e spray específico, o artista visual, grafiteiro e tatuador Leopoldo Costanzo Filho tem espalhado sua arte pelas paredes e muros da Praia do Rosa, em Imbituba, onde mora. Junto com a também tatuadora e artista visual Maria Eduarda Santos, eles desenvolvem o projeto Cor e Arte.
A ideia dos dois é de espalhar arte pelas ruas da região através do grafite. “A raiz do grafite nos leva a buscarmos constantemente a pintar na rua, nos expressar com liberdade e levar mais cor para a comunidade”, explica Leo, como é conhecido. Quatro murais já foram pintados na Praia do Rosa, porém a intenção é produzir mais dois. Segundo Leo, o primeiro foi feito no caminho do Rosa Sul e retrata uma indígena e uma onça pintada. O segundo foi a pintura do rancho de pesca tradicional e o terceiro, feito junto à entrada da Praia do Ouvidor, retratando a Pachamama e os bem-te-vis. “O quarto e mais recente foi feito na estrada geral do Rosa, próximo ao Centrinho, e expressa a mensagem de liberdade, empoderamento feminino e transformação”, ressalta o artista.
De acordo com Leo, os temas dos desenhos para os murais surgem de acordo com o lugar. “As ideias são desenvolvidas caso a caso, sentindo o lugar, percebendo qual o tema é mais interessante para compor da melhor maneira em proporção do muro, para ocupar o espaço de forma que a arte fique o mais impactante possível”, explica.
“E tudo sempre com o intuito de unir tradição, história, ancestralidade, com a estética contemporânea do grafite, valorizando nossa história, costurando o passado, presente e futuro através da arte”, acrescenta.
Patrocínio
A intenção dos dois é expandir o projeto pra outras regiões, como Imbituba e Garopaba. “Estamos em busca de mais investidores para que consigamos expandir. Quem tiver interesse em apoiar essa iniciativa pode entrar em contato com a gente diretamente pelo nosso Instagram (@leocostanzo e @dudasantostattoo).
Grafite tem quebrado barreiras nas comunidades
O artista visual Leo Costanzo explica que o material para fazer os murais tem um custo considerável, sendo necessário muitas latas de spray para realizar obras bem produzidas e maiores.
“Assim, eu e a Duda unimos forças e escrevemos um projeto para apresentar para a loja Central de Tintas, que apoiou nosso projeto com prontidão. Como é nessa loja que sempre compramos nosso material, foi o caminho mais natural e verdadeiro para buscar apoio. Em contrapartida, colocamos a logo deles em todos os murais”, conta Leo.
Segundo ele, o projeto também contou com a participação do artista Shap, de Florianópolis. “Ele auxiliou no desenvolvimento e foi padrinho do nome do projeto, além de ter participado da pintura de um dos murais, no rancho de pesca”.
Tanto o tema quanto os locais são escolhidos por Leo e Duda. No entanto, o artista diz que a liberação dos lugares tem sido difícil. “O grafite ainda é algo relativamente novo na região e, num primeiro momento, causa dúvidas nos proprietários em relação à estética. Após realizarmos quatro murais, percebemos que estamos quebrando algumas barreiras e preconceitos e, aos poucos, os moradores da região estão aceitando melhor a ideia da arte mural”, acrescenta.
Por DS