BARRA DO CAMACHO | Deve ser mantida aberta, diz estudo

Pesquisa apontou que fechamento do local está relacionado a grandes enchentes

Um estudo técnico desenvolvido pela Univinte Fucap trouxe um novo alerta sobre a segurança hídrica de Tubarão e de todo o complexo lagunar. A pesquisa indica que as grandes enchentes históricas do município estão diretamente relacionadas ao fechamento da Barra do Camacho, e não ao assoreamento do leito do Rio Tubarão, hipótese até então mais difundida.

O trabalho foi coordenado por Expedito Michels, presidente do Univinte Fucap, e executado com a participação de acadêmicos do curso de Engenharia Civil, como parte das atividades de contrapartida social previstas pelo programa Fumdes (Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior).

Durante o estudo, a equipe realizou uma batimetria detalhada do Rio Tubarão, no trecho entre a divisa do município e Laguna. Foram coletados aproximadamente 4,9 mil pontos de medição, configurando um dos levantamentos mais completos já feitos na área.

Os resultados indicaram que o rio apresenta profundidade média entre cinco e sete metros, demonstrando que a cheia de 2022 acabou promovendo uma limpeza natural do leito, aproximando-o de suas condições originais.

“Os relatos de pescadores e de empresas que fazem extração de areia já indicavam isso. A tarrafa demorava mais para atingir o fundo e não era mais necessário aguardar a maré para operar”, explica Expedito.

Com a confirmação de que o leito principal do rio está em boas condições, o estudo avançou para a análise do sistema de drenagem da região. A conclusão aponta que o principal gargalo está no canal que liga ao Camacho, especialmente na Barra do Camacho.

Conforme o levantamento, até cerca de dois metros acima do nível normal, a Barra de Laguna consegue dar vazão ao volume de água do Rio Tubarão. Acima desse patamar, o fluxo se inverte e passa a buscar escoamento pela Barra do Camacho. Quando a barra está fechada, ocorre o represamento da água.

Análise de dados reforça pontos críticos do local

A análise de registros históricos reforçou a conclusão. As grandes cheias registradas em Tubarão — nos anos de 1836, 1887, 1928, 1974 e 2022 — coincidem com períodos em que a Barra do Camacho estava obstruída.

O estudo identificou ainda dois pontos críticos de assoreamento no canal do Camacho: na foz da barra e em um trecho conhecido como “Buraco da Vaca”, antes da ponte. Entre as soluções sugeridas estão o uso de draga estacionária na margem, equipamentos similares aos já utilizados por extratores de areia da região e a operação contínua com pequenas balsas.

O relatório completo já foi encaminhado à Defesa Civil e à prefeitura de Laguna. Para o coordenador do estudo, a participação do governo do estado é fundamental para viabilizar uma solução integrada. “Não se trata apenas de uma questão ambiental, mas também de desenvolvimento econômico”, conclui Expedito Michels.

Diário do Sul

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