Litoral Norte de SC aumenta produção de arroz e alcança marca recorde na safra 2024/25

Municípios do Litoral Norte de Santa Catarina colheram mais de 291 mil toneladas de arroz na safra 2024/25

Estavam presentes no evento representantes de toda a cadeia produtiva. Foram apresentados os resultados de 25 Unidades de Referência Técnica (URTs), que são propriedades rurais selecionadas pela Epagri para demonstrar, validar e difundir tecnologias agrícolas. Nestas propriedades foram plantados sete cultivares de arroz desenvolvidos pela Epagri, para avaliar a produtividade. O SCBRS126 Dueto alcançou o maior rendimento (12.035 sacas), seguido da SCS122 Miura (10.631) e SCS127 CL (10.551).

A analista de socioeconomia da Epagri/Cepa, Glaucia Padrão, fez um amplo panorama da rizicultura catarinense, revelando o desempenho da produção por município, os cultivares plantados, a incidência de pragas e doenças, o custo de produção e a relação entre este custo e arrendamento de áreas para plantio. O Litoral Norte é a região com maior índice de áreas arrendadas (55,9%), em relação ao Sul (53,1%) e Alto Vale do Itajaí (48,3%). E isto pode ser um problema num ano de excesso de produção e queda de preço.

“A produtividade dos municípios do Litoral Norte variou entre 160 e 180 sacas, e a decisão de arrendar deve levar em consideração não só essa informação, como também os preços de mercado. Quanto maior a produtividade e/ou os preços praticados, maior a capacidade de arrendar. Mas no cenário atual, com preços próximos à R$60,00 a saca de 50 kg, já fica inviável arcar com os custos do arrendamento”, alerta. A boa notícia é que, por causa da queda do dólar no período, o custo de produção caiu 7,56%, permitindo que parte dos agricultores não ficassem no vermelho.

“Uma forma de minimizar os efeitos do excedente de arroz é escalonar a venda ao longo do ano e não vender tudo na hora da colheita, quando o preço está mais baixo”, recomenda. Mas a pesquisadora sabe que muitos agricultores vendem toda a produção para ter capital e poder acessar crédito para a próxima safra. “O arrendamento é justificável quando o agricultor tem muito maquinário e precisa de mais terra para produzir, mas é sempre preciso levar em conta o custo de produção para fechar a conta”, reitera.

Uso intensivo de herbicida torna as ervas daninhas mais resistentes

A segunda pesquisadora a apresentar seus estudos foi Cristiane Mara Fiedler, tendo por base um experimento realizado na Fazenda Limoeiro, em São João do Itaperiú, juntamente com o pesquisador da Epagri recém-aposentado, José Alberto Noldin. A pesquisa analisou o desempenho de herbicidas para o controle Scirpus Mucronatus, uma espécie de erva daninha. A equipe testou sete herbicidas e oito combinações de produtos.

A pesquisadora da Epagri Gláucia Padrão fez um amplo panorama da rizicultura catarinense durante o Seminário (Foto: Renata Rosa / Epagri)

Cristiane elencou os problemas mais comuns da atividade, como a falta de rotação de culturas, a repetição de sistemas de cultivo e a ‘soca’, que é uso da semente rebrotada. Eles acarretam prejuízo no solo e na qualidade do grão, além de favorecerem as ervas daninhas. Ela também deu exemplos de outros países, onde o uso abusivo de herbicidas deixou as plantas invasoras mais resistentes. “O uso intensivo seleciona planta, que ganha tolerância ao produto”, complementa.

O fitopatologista da Epagri Klaus Konrad Scheuermann apresentou pesquisa sobre o controle químico das doenças do arroz e a época adequada de aplicação para não deixar resíduo no grão (período de carência antes da colheita), o que inviabiliza exportar para países com legislação mais rígida, como os da União Europeia. Ele avaliou 10 tipos de fungicidas para o controle da mancha no cultivo do arroz SCBRS126 Dueto e comparou o custo de aplicação do fungicida entre tratores e drones, que demonstraram melhor relação custo x benefício.

Klaus chamou a atenção dos agricultores que se interessaram em adquirir um drone com fins agrícolas para se adequarem à Portaria Mapa nº298/2021, que estabelece regras para aeronaves remotamente pilotadas. O drone precisa ser registrado na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). Além disso, o operador precisa fazer um curso para aplicação aeroagrícola remota e apresentar relatórios mensais ao Sipeagro, sistema vinculado ao MAPA.

Por Renata Rosa, jornalista bolsista da Epagri/Fapesc

Informações para a imprensa
Isabela Schwengber, assessora de comunicação da Epagri

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