A segurança pública sempre esteve entre as maiores preocupações dos brasileiros e, em 2025, permanece no centro dos debates e pautas governamentais. A criminalidade, apontada por 58% da população como o principal problema do país, segundo pesquisa da Atlas Intel, afeta não apenas a vida cotidiana, mas também o funcionamento de milhares de negócios em todo o Brasil, como os bares e restaurantes.
Um estudo inédito da Abrasel revelou que 41% dos estabelecimentos do segmento já sofreram diretamente com problemas de segurança, como roubos, furtos e outros episódios de violência. “Os bares e restaurantes trazem movimento para as ruas, funcionando como aliados para a segurança urbana, já que reúnem pessoas, movimentam as calçadas e ficam abertos até mais tarde. No entanto, quando a violência avança a ponto de prejudicar a própria atividade desses estabelecimentos, fica evidente que o problema é grave e precisa de atenção urgente”, afirma Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.
Medo que altera a rotina dos negócios
Entre os que relataram situações de insegurança, 53% mencionaram constrangimento ou ameaças provocadas por pessoas em situação de rua nas proximidades dos estabelecimentos. Já 46% afirmaram que foram vítimas de roubo ou furto dentro do próprio local. Outros 43% apontaram a falta de policiamento como um agravante para esses problemas.
A sensação de insegurança interfere diretamente na operação dos negócios. A pesquisa mostra que 25% dos entrevistados tiveram que mudar o horário de funcionamento para evitar situações de violência. A mudança de comportamento do público também se destaca: 33% observaram queda no número de clientes e 13% dos empresários perceberam crescimento nas vendas por delivery como reflexo do medo de sair de casa.
Além disso, a pesquisa também mostrou que 40% dos entrevistados classificam como forte ou muito forte o impacto da insegurança na gestão de seus empreendimentos. “É preocupante ver o setor sendo forçado a operar em clima de tensão constante, enfrentando riscos que vão além de sua capacidade de gestão. A insegurança mina a confiança do consumidor, desorganiza rotinas e compromete a sustentabilidade dos negócios. Com isso, tanto a economia quanto a população são afetadas”, diz Solmucci.
Custos elevados para soluções próprias
Para tentar reduzir os riscos, 90% dos empresários adotaram alguma medida de proteção, como câmeras, alarmes, iluminação reforçada ou a contratação de vigilantes. Entre eles, 43% implementaram soluções próprias, enquanto 57% optaram por medidas terceirizadas. A boa notícia é que 67% relataram melhora na segurança após essas iniciativas.
No entanto, proteger-se tem um custo. De acordo com o levantamento, 57% dos empresários afirmam ter elevado os gastos com segurança nos últimos tempos. Esse investimento, que nem sempre está previsto no orçamento, acaba pressionando ainda mais as margens já apertadas do setor.
“Os números da pesquisa reforçam a importância de políticas públicas que colaborem com um ambiente urbano mais seguro e acolhedor. A segurança é um direito de todos e condição fundamental para que os negócios prosperem e continuem gerando emprego e renda”, conclui Solmucci.
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