Nos dias 20 e 22 de maio, o projeto Oficina de Dança: Práticas Pedagógicas do Ballet Clássico levará uma experiência artística inédita a cerca de 200 crianças em Criciúma. A iniciativa acontecerá presencialmente, de forma gratuita, em três espaços estratégicos de convivência social: o Bairro da Juventude, a Praça CEU (Centro de Artes e Esportes Unificados) e a Escola Municipal de Educação Básica Polo de Surdos Professora Maria de Lourdes Carneiro (EMEBPS).
O projeto propõe um formato completo, que une teoria, prática e inspiração. As oficinas abordarão desde a história do ballet, terminologia técnica e grandes ballets de repertório até exercícios práticos de barra e centro, adaptados à faixa etária dos participantes (entre 7 e 11 anos). Além disso, as crianças terão a oportunidade de assistir à apresentação de uma bailarina formada, Morgana Pereira, e participar de oficinas com Viviane Candiotto, criando um momento de troca e aprendizado sobre a dança como arte e profissão.
A idealizadora da ação explica que o principal objetivo é oferecer uma vivência artística significativa a crianças que, em geral, não têm acesso a atividades culturais. “Fui motivada pelo desejo de proporcionar desenvolvimento pessoal, social e cultural por meio do ballet, utilizando a dança como uma ferramenta de inclusão. A proposta busca promover disciplina, autoestima, expressão corporal e senso de pertencimento”, afirma Viviane.
Um dos maiores desafios enfrentados na criação do projeto foi a busca por parcerias institucionais. Segundo Viviane, ainda há uma visão limitada do ballet clássico como uma prática elitista ou meramente estética, o que impede que muitos percebam seu verdadeiro potencial como instrumento de transformação social. Outro ponto sensível foi a construção de estratégias pedagógicas inclusivas, que respeitem o contexto de vida das crianças atendidas.
Mesmo diante dos obstáculos, a expectativa é positiva. As oficinas não apenas introduzirão o universo do ballet clássico, mas também funcionarão como uma ponte para oportunidades futuras. Durante o projeto, serão observadas crianças com aptidões e interesse na dança, e uma delas poderá receber uma bolsa de estudos de dois anos para formação profissionalizante na Escola de Dança Viviane Candiotto, parceira da iniciativa.
Além de oferecer acesso à cultura, o projeto busca ampliar horizontes e fomentar valores como respeito, persistência, trabalho em equipe e sensibilidade artística. “A bailarina que fará a performance será uma inspiração viva para essas crianças, quebrando estereótipos e mostrando que a arte pode, sim, fazer parte de suas realidades”, destaca Viviane.
Com uma proposta sensível, potente e transformadora, a Oficina de Dança se firma como um exemplo de como a arte pode abrir caminhos, criar sonhos e fortalecer o tecido social, um plié de esperança em meio a realidades muitas vezes marcadas pela escassez de oportunidades.
Colaboração: Carla Giassi