O acolhimento ao luto refere-se à prática de oferecer apoio emocional, psicológico e, por vezes, espiritual, a pessoas que estão vivenciando a dor de uma perda, como a morte de um ente querido. Este apoio visa facilitar o processo de luto, que é individual e complexo, e ajudar a pessoa a lidar com as emoções, pensamentos e comportamentos que surgem após a perda.
O GAL – Grupo de Acolhimento ao Luto é um projeto social gratuito, organizado pelo Hospital Santa Otília, em parceria com a ZAF – Assistência Familiar e a Unibave. A psicóloga responsável Ana Paula Volpato, juntamente com as estagiárias Giovana e Carolina, conduz esse projeto com acolhimento e cuidado, impactando positivamente a vida de pessoas que enfrentam momentos difíceis
Acompanhe o bate papo que realizamos com Ana Paula:
Jornal Sul – Fale um pouco de você e como aconteceu a ideia desse projeto?
Ana Paula – A ideia do projeto surgiu da iniciativa de uma funcionária do Hospital Santa Otília, Rafaela, que enfrentou o luto após o falecimento de sua avó. Sentindo a necessidade de criar um espaço de apoio emocional para aqueles que passam por esse momento delicado, ela propôs a criação do grupo.
Dessa forma, começamos a estudar o tema e buscamos o apoio do curso de Psicologia da Unibave, dando os primeiros passos para tirar o projeto do papel. Com o suporte da ZAF – Assistência Familiar, conseguimos avançar e iniciar a implementação da iniciativa
Jornal Sul – As pessoas aderiram com facilidade a participação no projeto?
Ana Paula – Sim, pois elas encontram um local onde podem expressar seus sentimentos e recebem apoio dos outros participantes do grupo.
Jornal Sul – Durante esse tempo de encontros, os resultados durante o bate papo têm surtido efeito junto aos enlutados?
Ana Paula – Em cada encontro, recebemos relatos de pessoas que começam a compreender melhor sobre o luto, aprendem a lidar com suas emoções e reconhecer o qual é importante cuidar da saúde física, mental e emocional.

Jornal Sul – Os participantes fazem questão de falar e lidar com esse momento tão complicado?
Ana Paula – Sim, todos os participantes compartilham suas histórias, expressam seus sentimentos e falam sobre a dor, o sofrimento e as transformações que a perda trouxe para suas vidas. Nos primeiros encontros, muitos encontram dificuldade em se abrir, mas utilizamos ferramentas terapêuticas que os ajudam a externalizar suas emoções e lidar com o luto de forma mais acolhedora
Jornal Sul – Você acha que falando do ocorrido, ou seja, a perda de um ente querido faz bem para se lidar com essa situação?
Ana Paula – Falar sobre a perda de um ente querido pode ser muito benéfico para o processo de luto. Expressar sentimentos, compartilhar memórias e buscar apoio emocional são formas de tornar a dor mais compreensível e menos solitária. O luto é um processo natural, e guardar emoções pode, em alguns casos, dificultar a aceitação da perda
Jornal Sul – O que você diria para uma pessoa que está lendo essa entrevista nesse momento, sobre a perda de um familiar?
Ana Paula – Se você está passando pelo luto neste momento, saiba que sua dor é válida e que você não está sozinho. Perder alguém que amamos é uma das experiências mais difíceis da vida, e cada pessoa lida com essa dor de maneira única. Permita-se sentir, sem pressa ou cobranças. O luto não tem um tempo certo para acabar, e tudo bem se alguns dias forem mais difíceis que outros.
A saudade sempre existirá, mas aos poucos, a dor dá lugar a lembranças que aquecem o coração. Permita-se viver esse processo no seu tempo, com carinho por si mesmo e pelo amor que permanece.

Jornal Sul – Quem quiser participar como faz?
Ana Paula – Para participar é necessário fazer sua inscrição pelo whats 48 99947-6412
Jornal Sul – Para finalizar deixe-nos uma mensagem?
Ana Paula – Buscar apoio pode fazer toda a diferença. Conversar com pessoas que compreendem sua dor, como amigos, familiares ou grupos de apoio, pode trazer acolhimento e conforto. O Grupo de Acolhimento ao Luto (GAL) existe justamente para oferecer esse espaço seguro, onde você pode compartilhar sua história e encontrar caminhos para seguir em frente.
Observação: Favor arrumar seu nome e sua graduação e se alguma pergunta não estiver adequada favor arrumar.
